"Não podemos baixar a guarda. Temos de permanecer num estado de vigilância constante até que o conflito termine ou entre numa fase em que não haja hostilidades ativas", declarou Grossi, citado pela agência noticiosa russa TASS.
No caso de Zaporijia, acrescentou, "não se pode excluir que algo de grave possa acontecer".
O responsável da agência especializada da ONU evitou novamente acusar uma das partes de bombardear as instalações da central, afirmando apenas que a AIEA fornece "informações atualizadas sobre o que se passa" e que "as pessoas podem tirar as suas próprias conclusões".
Por seu lado, o diretor da central nuclear, Yuri Chernichuk, disse estar confiante de que os ataques terminarão após a visita de Grossi.
"Estamos à espera do mais importante, que é garantir a segurança da central. É o que mais desejamos. Queremos que não haja bombardeamentos na área da central e queremos que o senhor Grossi contribua para isso tanto quanto possível", afirmou.
Entretanto, o presidente da empresa atómica russa Rosatom, Alexei Likhachov, apelou à AIEA para "não dizer meia verdade", ao comentar informações sobre bombardeamentos à central e à cidade onde ela se situa.
Esta é a quinta visita de Grossi à central de Zaporijia nos últimos dois anos, dias depois de se ter deslocado à região russa de Kursk, palco de uma operação militar ucraniana, para inspecionar a central atómica local.
A seguir à sua primeira inspeção à central, Grossi alertou na terça-feira para a possibilidade de um segundo Chernobyl -- local que foi, em 1986, palco da maior catástrofe nuclear da história.
"Pensamos que é muito grave que uma central deste tipo esteja tão perto de uma frente de batalha", disse Grossi à imprensa internacional, no final da sua visita de inspeção à central, cujo reator, segundo ele, está muito exposto a um possível ataque.
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