O ministro italiano da Cultura, Gennaro Sangiuliano, está envolvido num escândalo devido a uma relação amorosa adúltera e, em televisão nacional, pediu perdão à mulher e à primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, pelo "embaraço" que causou.
O caso foi denunciado pela própria amante, a empresária Maria Rosaria Boccia, de 40 anos. Segundo conta a imprensa italiana, Boccia era uma "completa desconhecida" até à semana passada e agora está no centro de uma polémica política.
Ao longo de meses, Boccia partilhou várias viagens e visitas feitas com o Ministério da Cultura e, na semana passada, publicou uma fotografia com Sangiuliano, onde lhe agradeceu pela "nomeação para conselheira do ministro da Cultura".
A nomeação viria, contudo, a ser negada pelo governo italiano. E foi aí que começou a vingança de Boccia, com a partilha de várias fotografias, mensagens e documentos que provaram a sua relação com o ministro e a tutela.
Em entrevista à estação RAI 1, o ministro revelou que, após o caso se tornar público, decidiu apresentar a sua demissão a Meloni e que o pedido foi recusado. "A primeira coisa que lhe disse [a Meloni] foi que estava pronto para me demitir. Ela disse-me para seguir em frente", contou, citado pela agência de notícias France-Presse.
Sangiuliano confirmou também que o caso com Maria Rosario Boccia "tornou-se uma relação amorosa" em maio, mas terminou "no final de julho, início de agosto". No entanto, assegurou que tinha pagado todas as despesas relacionadas com as viagens da amante com o seu próprio dinheiro e que não gastou um único euro público.
"Reafirmo categoricamente que nunca foi gasto um único euro do ministério com Mary Rosaria Boccia", frisou, mostrando documentos bancários como prova.
Na entrevista, o ministro fez ainda questão de pedir desculpa à mulher, que descreveu como "uma pessoa excecional", e à primeira-ministra italiana pelo "embaraço" que causou.
"A primeira pessoa a quem tenho de pedir desculpa, e que é uma pessoa excecional, é a minha mulher", disse. "Peço também desculpa a Giorgia Meloni, que confiou em mim, pelo embaraço que lhe causei e ao governo", acrescentou.
A oposição italiana já se pronunciou sobre o caso e pediu a demissão de Gennaro Sangiuliano, com os vários partidos a considerar que está "em causa a credibilidade do governo".
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