"Não cabe à UE comentar este facto -- não comentamos as decisões internas relacionadas com o recrutamento ou a nomeação de pessoas responsáveis por cargos governamentais ou públicos --, mas é importante para a UE ter sempre parceiros bons e fiáveis do outro lado e, por isso, [...] esperamos poder continuar a cooperar muito bem com os futuros homólogos ucranianos, da mesma forma que o fizemos com os ministros cessantes", indicou o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano.
Falando na conferência de imprensa da instituição, em Bruxelas, o responsável referiu que a diplomacia comunitária "acompanha muito perto o que se passa na Ucrânia", tendo "tomado nota da recente remodelação do governo ucraniano e de vários cargos públicos importantes".
"Do ponto de vista dos assuntos externos e da política externa, no que se refere ao ministro dos Negócios Estrangeiros [cessante, Dmytro] Kuleba, não posso deixar de recordar o apreço que o Alto Representante, Josep Borrell tem por tudo o que fez pela Ucrânia", adiantou Peter Stano.
Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitry Kuleba, apresentou a sua demissão, numa carta dirigida ao Verkhovna Rada (parlamento) do país.
No mesmo dia, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu que é precisa "uma nova energia" depois de mais de dois anos de guerra com a Rússia para justificar a remodelação do seu governo, que inclui o chefe da diplomacia.
"Alguns deles são ministros há cinco anos e precisamos de energia nova", explicou Zelensky ao agradecer aos líderes cessantes, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro irlandês Simon Harris, em Kiev.
Por Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que as mudanças que estão a acontecer no Governo da Ucrânia não influenciarão "de forma alguma" as perspetivas de um processo negocial entre os dois países.
"Não, isso não influenciará de forma alguma e não tem nada a ver com as perspetivas de um processo de negociação", afirmou Peskov, citado pela agência de notícias russa TASS, a uma pergunta sobre o impacto que as mudanças governamentais na Ucrânia.
Ao mesmo tempo, o porta-voz russo sublinhou que Moscovo está a tomar nota de todas as informações provenientes da Ucrânia.
As declarações de Peskov coincidiram com o anúncio em Kiev da demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitro Kuleba, que estava no cargo desde 2020.
A demissão de Kuleba, que será abordada numa das próximas sessões do Verkhovna Rada (parlamento), aconteceu depois de os ministros da Justiça, das Indústrias Estratégicas e do Ambiente terem apresentado a sua demissão ao Parlamento juntamente com o chefe do Fundo de Propriedade do Estado.
Zelensky já tinha avançado previamente os seus planos para uma remodelação do Governo.
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