"O Presidente azeri, Ilham Aliyev, declarou que a proposta de realizar negociações entre Baku e Erevan em Astana é aceitável para o Azerbaijão", indicou o gabinete presidencial num comunicado.
A nota foi divulgada no final uma conversa telefónica entre Aliyev e o homólogo cazaque, Kasim-Yomart Tokayev.
Durante a sua reunião de maio, os chefes da diplomacia azeri e arménio admitiram existirem ainda divergências entre as duas partes para alcançar um tratado de paz, mas concordaram em prosseguir as negociações sobre as questões pendentes.
O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinian, disse recentemente que tinha proposto ao Azerbaijão a assinatura dos pontos já acordados do tratado de paz entre os respetivos países e a continuação das negociações sobre os pontos em que não existe acordo.
"Propusemos [ao Azerbaijão] reunirmos todos os artigos acordados da redação do texto do tratado de paz e assinarmo-los como um acordo de paz (...), depois do que poderemos continuar a discutir as outras questões", revelou Pashinian numa conferência de imprensa.
Segundo o Azerbaijão, entre 80% e 90% do texto do tratado de paz já foi acordado.
A Arménia e o Azerbaijão, duas ex-repúblicas soviéticas que permaneceram durante muito tempo na esfera de influência russa, já se tinham confrontado pelo controlo do enclave de Nagorno-Karabakh -- uma região montanhosa azeri há três décadas controlada pelos separatistas arménios - em duas guerras, uma entre 1988 e 1994 (30.000 mortos) e outra no outono de 2020 (6.500 mortos).
Em setembro de 2023, uma invasão-relâmpago das tropas do Azerbaijão reconquistou totalmente aquele território e levou à dissolução da autoproclamada República de Nagorno-Karabakh, não reconhecida por nenhum país, ocorrida como condição imposta por Baku para pôr fim à operação militar lançada no dia 19 desse mês contra o enclave arménio, que terminou no dia seguinte com a capitulação dos seus habitantes.
As negociações para um tratado de paz centram-se na delimitação da fronteira entre os dois países, com a cedência de territórios até então controlados pela Arménia ao vizinho Azerbaijão, para normalizar as relações bilaterais.
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