Até ao momento não foi possível determinar oficialmente o número de estrangeiros que se deslocaram a Timor-Leste para acompanhar a visita do Papa Francisco, sendo que os peregrinos não se apresentam com as respetivas bandeiras ou símbolos nacionais dos países de origem.
"Não precisamos de trazer a bandeira da República da Indonésia. Aqui somos todos católicos e todos partilhamos a mensagem de esperança do Papa Francisco", disse à Lusa Petrus Subiarto, 64 anos, natural da ilha das Flores, ilha situada a sul do arquipélago indonésio de Bali, que conheceu a influência portuguesa nos séculos XVI e XVII.
De acordo com Petrus Subiarto, a "maior parte dos indonésios vieram de carro, sobretudo de Kupang", capital da província da Indonésia de Nussa Tengara Timur (NTT) e que faz fronteira terrestre com a República Democrática de Timor-Leste.
"Nós viemos de Java e já acompanhámos a visita do Papa na Indonésia", disse uma religiosa que viajou de avião de Jacarta para Díli, durante o fim de semana, para "continuar" a acompanhar a visita de Francisco, que chegou na segunda-feira a Díli para uma visita de três dias.
No "mar de gente" tapado com guarda-chuvas com as cores do Vaticano -- amarelo e branco -- que enche Tasi Tolu, encontram-se católicos australianos que residem no território, assim como portugueses e norte-americanos.
O casal de professores dos Estados Unidos residentes em Díli Andrew e Angela Warren dizem que esta visita oficial é uma "grande oportunidade para todos partilharem com os timorenses uma celebração e uma grande experiência".
"Estamos surpreendidos com a organização. Estão aqui milhares de pessoas em harmonia e que organizaram, cada um à sua maneira, esta enorme celebração", disse Angela Warren, 46 anos.
Sentados à sombra da "Kapelinha 17", uma das muitas capelas instaladas em tendas de campanha com uma imagem de Jesus Cristo pintada e distribuídas em Tasi Tolu, em frente ao altar os professores norte-americanos assistem à passagem dos fiéis e aguardam a missa "e as palavras do Papa".
"Penso que esta mensagem sobre a fé é muito importante, sobretudo para as novas gerações de timorenses, que são o futuro deste país", disse ainda Andrew Warren, 45 anos.
A menos de meia hora do início da cerimónia religiosa marcada para as 16h00 locais (08h00 em Lisboa) continuam a chegar fiéis a pé, vindos de Díli, a leste, e da estrada de Liquiçá, a ocidente.
*** O jornalista viajou para Timor-Leste a convite das autoridades timorenses ***
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