Oposição da Tanzânia ameaça com protestos após desaparecimento de ativistas
O líder da oposição na Tanzânia exigiu a demissão do ministro do Interior e dos altos responsáveis dos serviços de segurança, que responsabiliza pelo desaparecimento de ativistas, e ameaçou com manifestações se nenhum deles for encontrado até 21 de setembro.
© STRINGER/AFP via Getty Images
Mundo Tanzânia
O ultimato de Freeman Mbowe surge após o assassínio de um membro da direção do partido Chadema, Ali Mohamed Kibao, raptado na sexta-feira e encontrado morto no dia seguinte.
A Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, manifestou a sua "grande tristeza" e solicitou "um relatório pormenorizado sobre este incidente extremamente grave".
O homicídio segue-se a uma vaga de detenções em agosto contra membros do Chadema e que foram denunciadas por organizações de defesa dos direitos humanos, que manifestaram o receio de que as práticas repressivas em vigor durante o mandato do antigo Presidente John Magufuli, que morreu em março de 2021, pudessem ressurgir.
"Decidimos manifestar-nos para proteger as nossas vidas e o nosso país", declarou Freeman Mbowe num discurso proferido na sede do Chadema na quarta-feira à noite, acrescentando: "Estamos cansados de chorar e de enterrar pessoas".
"Apelamos ao Governo para que tome medidas e esperamos que o faça até 21 de setembro. A partir de 23 de setembro, sairemos para as ruas de Dar es Salaam (a capital económica) para exigir os direitos dos nossos concidadãos que desaparecem, a menos que sejam trazidos de volta vivos ou mortos", afirmou.
"O ministro do Interior, o inspetor-geral da Polícia, o chefe da investigação criminal e o chefe dos serviços de informação devem demitir-se", acrescentou.
Freeman Mbowe referiu-se em particular ao caso de cinco funcionários do Chadema que desapareceram recentemente. Um deles reapareceu cinco semanas, num tribunal, que recusou conceder-lhe fiança.
De acordo com um coletivo de advogados, a Tanganyika Law Society, 83 pessoas foram raptadas ou desapareceram entre 2016 e 2024.
"Propomos que a Scotland Yard, a polícia britânica, investigue os assassínios e os raptos de pessoas nos últimos dois anos", declarou Mbowe, afirmando que "as forças de segurança tanzanianas são os principais suspeitos".
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