"As vítimas foram feitas reféns na terça-feira durante um ataque das ADF" em Babila Babombi, no território de Masamba, regularmente atacado por esta organização rebelde de origem ugandesa, e milícias locais, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) o administrador da polícia no território de Mambasa, Matadi Muyapandi.
"Vinte pessoas morreram, incluindo 16 homens e quatro mulheres", disse, acrescentando que quatro sobreviventes "visivelmente traumatizados" escaparam e foram internados no hospital para tratamento.
Segundo Muyapandi, "as vítimas foram decapitadas, o que é o 'modus operandi' [método frequente]" das ADF.
As ADF, rebeldes originários do Uganda de maioria muçulmana, estão presentes no leste da RDCongo desde meados da década de 1990, onde mataram milhares de civis e aumentaram o número de assassínios e saques nos últimos meses.
Em 2019, as ADF juraram fidelidade ao grupo extremista Estado Islâmico.
As 20 vítimas foram capturadas durante vários ataques a aldeias vizinhas e depois "levadas em grupo para a floresta para serem executadas", disse um defensor dos direitos humanos no território de Mambasa, Rams Malikidogo.
"As vítimas eram mineiros, comerciantes e agricultores", disse à AFP um cidadão local.
A floresta de Babila Babombi é conhecida por servir de refúgio às ADF, segundo a polícia.
Mas, de acordo com Rams Malikidigo, outras milícias locais estão a explorar depósitos de ouro no local.
"É por isso que pedimos ao Governo que abra uma investigação para obter informações suficientes sobre os autores deste ataque", afirmou.
No final de 2021, Kampala e Kinshasa lançaram uma operação militar conjunta contra as ADF, apelidada de "Shujaa", sem conseguir até agora pôr termo aos seus abusos.
Os especialistas acreditam que as operações dispersaram os rebeldes para zonas de difícil acesso, onde atacam civis.
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