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Peru. Funeral do ex-presidente Fujimori converte-se em comício para filha

A missa fúnebre do antigo presidente peruano Alberto Fujimori foi hoje transformada num comício político, com os apoiantes a entoarem a sua mais famosa canção de campanha e gritando "presidenta" para a sua filha e sucessora política, Keiko Fujimori.

Peru. Funeral do ex-presidente Fujimori converte-se em comício para filha
Notícias ao Minuto

19:23 - 14/09/24 por Lusa

Mundo Peru

Realizada no Gran Teatro Nacional, que fica ao lado da sede do Ministério da Cultura, onde Fujimori foi sepultado com honras de Estado e diante de milhares de apoiantes, a missa durou alguns minutos antes que os dois filhos do ex-presidente (1990-2000) envolvidos na política subissem ao pódio.

 

O primeiro foi o ex-congressista Kenji Fujimori, condenado por tráfico de influências, que, em lágrimas, disse que 'El Chino', como era popularmente conhecido o ex-governador nascido no Japão, "nunca morrerá" e viveria para sempre, apesar dos seus rivais.

A multidão acompanhou esta mensagem gritando que Fujimori foi "o melhor Presidente" do Peru.

Agradeceu também ao ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski pelo indulto que lhe concedeu em 2017 e que lhe permitiu sair da prisão, onde cumpria penas por corrupção e crimes contra a humanidade.

Para além destes processos, havia outros por diferentes massacres, o caso das esterilizações forçadas de milhares de mulheres e corrupção, que ficaram por concluir com a sua morte.

Keiko Fujimori, que foi primeira-dama do então presidente Fujimori (depois do divórcio dos pais) e candidata à Presidência por três vezes, tomou depois a palavra: "Hoje vou falar-te perante o teu povo peruano", disse, enquanto a multidão gritava "presidenta, presidenta".

A filha afirmou que o seu pai "pôs fim à doença terminal que estava a afetar" o Peru, referindo-se à hiperinflação e ao terrorismo, os dois êxitos que os seus apoiantes reivindicam para ela.

Referindo-se aos crimes pelos quais o antigo chefe de Estado foi condenado, disse que ganhou "o julgamento, não o julgamento humano, do povo", mas "o julgamento da história".

"Papá, o povo peruano absolveu-te", disse, sem mencionar as vítimas.

Mais tarde, afirmou que ela e Kenji "estarão unidos para sempre", em referência à divisão que se gerou entre eles quando o seu irmão negociou e obteve o perdão para o seu pai.

A frase foi recebida com gritos de "unidade" por parte dos seus apoiantes, enquanto Keiko afirmou que iria "continuar a defender o trabalho" do pai.

"Tu és o meu líder, [aquele] que fundou o maior movimento político do Peru", acrescentou em referência ao 'fujimorismo', que tem entre 15 e 20 % do apoio dos cidadãos peruanos, de acordo com todas as sondagens.

Leia Também: Peru decreta três dias de luto nacional pela morte de Alberto Fujimori

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