"É inacreditável que um ministro da República Italiana corra o risco de cumprir seis anos de prisão por ter realizado o seu próprio trabalho defendendo os limites da nação, conforme solicitado pelo mandato recebido dos cidadãos", disse Meloni nas redes sociais.
Na opinião da chefe do Governo, "transformar o dever de proteger as fronteiras italianas da imigração ilegal num crime é um precedente muito grave".
"A minha total solidariedade para com o ministro Salvini", concluiu.
Salvini, líder da Liga Italiana, de extrema-direita, um dos três partidos que apoiam a coligação governamental de Meloni, está a ser julgado no tribunal de Palermo, no sul de Itália, por ter bloqueado o desembarque de migrantes do navio da organização não-governamental (ONG) espanhola Open Arms, em agosto de 2019, quando era ministro do Interior, no âmbito da sua política de mão-de-ferro de portos fechados à imigração irregular.
A procuradoria de Palermo pediu hoje a condenação de Salvini a seis anos de prisão, acusado dos crimes de sequestro de pessoas e abuso de poder. A sentença em primeira instância está prevista para 18 de outubro.
O vice-presidente do Governo italiano não esteve presente na audiência de hoje e reagiu à petição através de um vídeo, que divulgou nas redes sociais.
"O artigo 52.º da Constituição italiana declara a defesa da pátria como um dever sagrado do cidadão. Declaro-me culpado de ter defendido a Itália e os italianos. Declaro-me culpado de ter cumprido a minha palavra", afirmou na gravação.
O outro vice-presidente de Meloni, o ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do partido conservador Forza Italia, Antonio Tajani, também manifestou solidariedade a Salvini, considerando o pedido do procurador "uma escolha irracional, sem qualquer base jurídica".
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