"A presidente [da assembleia europeia, Roberta] Metsola compreendeu a situação e concordou em contactar os grupos políticos para que o debate agendado para esta semana com o primeiro-ministro Viktor Orbán sobre as prioridades da presidência [húngara] seja adiado para uma sessão posterior", avançou hoje à agência Lusa fonte oficial da instituição.
Além disso, "o Parlamento Europeu pode confirmar que, devido às condições climatéricas extremas na Hungria e noutras partes da Europa, a presidente Metsola falou com o primeiro-ministro Orbán para lhe transmitir que a assembleia está disponível para fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar todas as pessoas afetadas", adiantou a mesma fonte.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, tinha anunciado antes a sua decisão de cancelar a agenda internacional devido às cheias na Hungria, a poucos dias de estar previsto discursar perante os eurodeputados na sessão plenária, na cidade francesa de Estrasburgo.
"Devido às condições climatéricas extremas e às inundações que estão a ocorrer na Hungria, adiei todas as minhas obrigações internacionais", anunciou Viktor Orbán numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
O anúncio surge numa altura em que as severas inundações da Europa central, que podem ser das piores em 20 anos, causam vítimas e danos em países como Hungria, Polónia, Roménia, República Checa, Eslováquia e Áustria, mas também a dois dias de estar previsto que Viktor Orbán discursasse na assembleia europeia.
Para quarta-feira, estava previsto que o primeiro-ministro húngaro discursasse na sessão plenária do Parlamento Europeu, dois meses após o arranque da polémica presidência do Conselho da União Europeia (UE), o que passará para uma futura sessão plenária.
O discurso estava marcado para dois meses após o início da presidência húngara do Conselho da UE, em julho passado, quando o primeiro-ministro húngaro decidiu realizar deslocações oficiais à Ucrânia, à Rússia, ao Azerbaijão e países vizinhos e à China, tendo ainda mantido contactos com a Turquia, gerando controversa junto dos seus 26 homólogos europeus.
O encontro em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, gerou várias críticas em Bruxelas e garantias de que a iniciativa ocorreu no quadro das relações bilaterais e não em representação europeia.
A Comissão Europeia também tem mantido um diferendo com a Hungria pelo desrespeito do Estado de Direito.
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