"No que toca à igualdade de género, [...] temos 11 mulheres candidatas ao novo colégio que apresento, o equivalente a 40%", anunciou Ursula von der Leyen, falando em conferência de imprensa à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.
Em declarações na apresentação da sua nova equipa, a responsável apontou que, inicialmente, as nomeações dos Estados-membros (sendo que são os países que apresentam os nomes dos seus candidatos) representavam uma quota de "apenas 22%" de mulheres.
"Isso era completamente inaceitável, por isso trabalhámos intensamente com os Estados-membros e fomos capazes de aumentar a percentagem para 40% de mulheres e 60% de homens", comentou, admitindo porém "muito mais trabalho a fazer" para alcançar a ambicionada paridade no colégio de comissários.
Destas 11 mulheres candidatas, quatro serão vice-presidentes executivas, de países como Estónia (Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança), Finlândia, Roménia e Espanha (além de dois homens também nesta hierarquia, de Itália e França).
"Dos seis vice-presidentes executivos, há quatro mulheres e dois homens. Três dos Estados-membros que aderiram antes da queda da Cortina de Ferro e três dos Estados-membros que aderiram após a reunificação da Europa. Dos países bálticos, dos países nórdicos e da Europa de Leste, ministros e primeiros-ministros, com formações diferentes, mas todos com um objetivo comum - tornar a Europa mais forte", elencou a responsável.
A proposta foi divulgada à imprensa após uma reunião esta manhã com a Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu (estrutura que junta a líder da assembleia europeia e os responsáveis dos partidos políticos), na qual Ursula von der Leyen apresentou então a sua proposta do colégio de comissários no próximo ciclo institucional (2024-2029), que inclui a antiga ministra portuguesa das Finanças Maria Luís Albuquerque, proposta pelo Governo.
A Maria Luís Albuquerque foi atribuída a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e Investimento.
De acordo com Ursula von der Leyen, o novo colégio de comissários está dividido de acordo com "prioridades fundamentais" para o novo mandato da instituição, sendo elas "a prosperidade, a segurança e a democracia".
"O pano de fundo é a competitividade na dupla transição e estão muito interligadas e são transversais, [sendo que] todo o colégio está empenhado na competitividade. [...] A mensagem principal é que, seja qual for a nossa origem, seja qual for o nosso cargo temos de trabalhar todos em conjunto, teremos debates abertos, todos seremos independentes no pensamento e na ação e todos nos responsabilizaremos pelo que for acordado", adiantou a responsável.
Após a apresentação de hoje, o Parlamento Europeu pode então dar início aos procedimentos formais para a nomeação do novo colégio, o que implica escrutínio parlamentar e audições públicas aos nomeados, cabendo o aval final aos eurodeputados.
Eis a lista completa proposta por Ursula von der Leyen para o novo colégio de comissários
Ursula von der Leyen (presidente, da Alemanha)
Kaja Kallas (Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança e vice-presidente executiva, da Estónia)
Teresa Ribera (Espanha, vice-presidente executiva para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva)
Henna Virkkunen (Finlândia, vice-presidente executiva para a Soberania Tecnológica, a Segurança e a Democracia)
Roxana Mînzatu (Roménia, vice-presidente executiva para as Pessoas, as Competências e a Preparação)
Stéphane Séjourné (França, vice-presidente executivo para a Prosperidade e Estratégia Industrial)
Raffaele Fitto (Itália, vice-presidente executivo para a Coesão e as Reformas)
Maros Sefcovic (Eslováquia, comissário para o Comércio e a Segurança Económica)
Valdis Dombrovskis (Letónia, comissário para a Economia e a Produtividade)
Dubravka Suica (Croácia, comissária para o Mediterrâneo)
Olivér Várhely (Hungria, comissário para a Saúde e o Bem-Estar dos Animais)
Wopke Hoekstra (Países Baixos, comissário responsável pelo Clima, Zero Líquido e Crescimento Limpo)
Andrius Kubilius (Lituânia, comissário para a Defesa e o Espaço)
Marta Kos (Eslovénia, comissária para o Alargamento e responsável pela Vizinhança Oriental, sendo que o seu nome ainda tem de ser oficializado pelo governo esloveno)
Jozef Síkela (República Checa, comissário para as Parcerias Internacionais)
Costas Kadis (Chipre, comissário para as Pescas e os Oceanos)
Maria Luís Albuquerque (Portugal, comissária para os Serviços Financeiros e a União da Poupança e do Investimento)
Hadja Lahbib (Bélgica, comissária para a Preparação e Gestão de Crises)
Magnus Brunner (Áustria, comissário para os Assuntos Internos e a Migração)
Jessika Roswaal (Suécia, comissária para o Ambiente, a Resiliência da Água e uma Economia Circular Competitiva)
Piotr Serafin (Polónia, comissário responsável pelo Orçamento, Luta Antifraude e Administração Pública)
Dan Jørgensen (Dinamarca, comissário para a Energia e a Habitação)
Ekaterina Zaharieva (Bulgária, comissária para a Investigação e Inovação)
Michael McGrath (Irlanda, comissário para a Democracia, a Justiça e o Estado de Direito)
Apostolos Tzitzikostas (Grécia, comissário para os Transportes Sustentáveis e o Turismo)
Christophe Hansen (Luxemburgo, comissário para a Agricultura e Alimentação)
Glenn Micallef (Malta, comissário para a Equidade Intergeracional, Cultura, Juventude e Desporto)
[Notícia atualizada às 10h55]
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