Helsínquia, 18 set 2024 (Lusa) - O Presidente da Finlândia, Alexander Stubb, defendeu hoje o fim do direito de veto dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o aumento de 15 para 20 países-membros deste órgão, que considera não funcionar.
Stubb (conservador), que participará na Cimeira sobre o Futuro da ONU, a realizar na próxima semana em Nova Iorque, disse, numa conferência de imprensa em Helsínquia, que se a organização "não for reformada, será marginalizada", uma vez que o seu órgão máximo (devido à sua capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo), o Conselho de Segurança, não funciona.
O Presidente finlandês afirmou que, durante o seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, irá propor o aumento "da dimensão e da cobertura geográfica" do Conselho de Segurança, incluindo mais países da América Latina, África e Ásia na quota de membros permanentes.
De acordo com esta proposta, o futuro Conselho de Segurança seria composto por dez membros permanentes, em vez dos atuais cinco, e por dez membros rotativos, de modo a que cerca de dez por cento do número total de Estados que compõem a ONU estivessem representados.
Além disso, durante o seu discurso na Assembleia-Geral, irá propor a eliminação do direito de veto dos membros permanentes e, embora reconheça que se trata de uma iniciativa "irrealista", espera a adesão do maior número possível de países.
"Se queremos que a ONU funcione de facto e possa cumprir a sua principal missão, que é a de mediar a paz, tem de ser reformada, caso contrário os países africanos, latino-americanos e asiáticos não reconhecerão a instituição como sua", afirmou.
Stubb recordou que, dos cinco atuais membros do Conselho de Segurança, a França e o Reino Unido não costumam usar o seu direito de veto sobre as resoluções da ONU, ao contrário dos Estados Unidos, Rússia e China.
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