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Mais de 26.000 mortos no Burkina Faso desde início do conflito em 2016

Mais de 26.000 pessoas morreram no Burkina Faso desde o início do conflito no país, em 2016, dos quais 6.000 desde o início deste ano, indicou hoje a Human Rights Watch (HRW).

Mais de 26.000 mortos no Burkina Faso desde início do conflito em 2016
Notícias ao Minuto

18/09/24 17:18 ‧ Há 21 Horas por Lusa

Mundo Burkina Faso

"Mais de 26.000 pessoas foram mortas durante o conflito desde 2016, incluindo cerca de 15.500 desde o golpe de Estado militar em setembro de 2022 e mais de 6.000 desde janeiro deste ano", segundo os números avançados pelo 'Armed Conflict Location & Event Data' (ACLED), citados no comunicado da Organização Não-Governamental (ONG).

 

Ao longo deste ano, "os grupos armados islâmicos no Burkina Faso intensificaram os seus ataques contra civis, massacrando aldeões, pessoas deslocadas e fiéis cristãos", indicou a HRW.

As forças governamentais têm lutado contra as insurreições do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM), ligado à Al-Qaida, e do Estado Islâmico no Grande Saara (ISGS), desde que os grupos armados entraram no Burkina Faso vindos do Mali em 2016, declarou.

"Os dois grupos armados islamitas controlam vastas áreas do território burquinabé, atacaram civis e forças de segurança do Governo e lutaram entre si", frisou.

"Estamos a assistir a um aumento incrivelmente preocupante da violência terrorista no Burkina Faso", disse a investigadora sénior da HRW para o Sahel, Ilaria Allegrozzi, citada no comunicado.

Para si, os líderes dos grupos armados islâmicos devem pôr imediatamente termo a estes ataques mortais contra civis.

O Presidente Ibrahim Traoré, desde que tomou o poder num golpe militar em setembro de 2022, aumentou o recurso a auxiliares civis chamados Voluntários para a Defesa da Pátria ('Volontaires pour la défense de la patrie' , vulgarmente conhecidos como VDP), indicou a ONG.

O antigo Presidente Roch Marc Christian Kaboré criou inicialmente os VDP em janeiro de 2020 para reforçar a proteção local contra os grupos armados terroristas, explicou.

Os grupos armados rebeldes reagiram atacando aldeias que acusavam de apoiar os VDP.

Questionado pela HRW sobre o uso destes civis, o ministro da Justiça do Burkina Faso afirmou que as operações conjuntas das forças burquinabés e dos VDP "reconquistaram várias localidades" detidas pelos rebeldes e permitiram a reinstalação de pessoas deslocadas e a reabertura de estabelecimentos de ensino e de saúde.

A HRW tem documentado abusos cometidos por grupos armados no Burkina Faso, incluindo execuções sumárias, violência sexual, raptos e pilhagens.

"Os grupos também atacaram estudantes, professores e escolas e continuam a anexar várias localidades em todo o país, colocando engenhos explosivos ao longo das estradas que conduzem às cidades e cortando o acesso dos residentes a alimentos, serviços básicos e ajuda", lamentou a ONG.

Todavia, "as forças armadas e os VDP do Burkina Faso também cometeram graves abusos durante as operações contra os terroristas", salientou.

"O Governo burquinabé tem a responsabilidade primária, ao abrigo do direito internacional, de garantir justiça para os crimes mais graves, mas tem feito poucos progressos na investigação, e muito menos na acusação, dos responsáveis pelos muitos crimes graves cometidos no âmbito do conflito armado desde 2016", indicou.

Para a ONG, o número de civis mortos desde 2016 mostra "os desafios das respostas regionais africanas à violência no país e em toda a região do Sahel".

"A União Africana (UA), incluindo o Conselho de Paz e Segurança da UA e a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (CADHP), não abordou suficientemente os abusos relacionados com o conflito, não melhorou a proteção dos civis nem procurou obter justiça para os abusos", advertiu.

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