Está em curso o julgamento do caso de Dominique Pelicot que está acusado de ter drogado a ex-mulher, Gisèle, entre julho de 2011 e outubro de 2020 para a violar e mandar violar por dezenas de homens recrutados na Internet.

Durante a audiência em tribunal, a vítima viu-se confrontada com afirmações proferidas por um advogado de defesa que declarou que "há violações e há violações", numa possível tentativa de apoiar a alegação de alguns dos homens que presumiam estar a participar num jogo de casal.

A mulher não acatou as declarações e respondeu: "Não, não há diferentes tipos de violação. Violação é violação".

Após terem insinuado que era cúmplice do marido nestas práticas, Gisèle disse sentir-se "humilhada" pelas suspeitas que lançaram sobre si.

No âmbito dessas declarações, o advogado acabou por lhe pedir desculpa, explicando que pretendia distinguir a definição legal da mediática, lamentando que as suas "observações a tenham magoado e chocado", escreve o jornal Le Parisien.

A sessão da tarde de quarta-feira foi uma das mais difíceis desde o início do julgamento, no início de setembro. Os vídeos gravados pelo seu ex-marido - que mostram as violações de que foi alvo por ele e por mais de 50 homens - foram exibidos na sala de audiências.

A pedido de Gisèle, os seus filhos não estiveram presentes no momento nem que as imagens foram mostradas na sala.

"Eles não aguentavam", disse a vítima, que fez questão que os abusos sexuais fossem vistos em tribunal porque são "provas irrefutáveis" do crime que sofreu.

De recordar que Dominique falou, pela primeira vez, em tribunal na terça-feira, assumindo ser "um violador" e que a mulher "não merecia isto". 

Dominique Pelicot pediu desculpa à mulher e repetiu várias vezes não tocou em mais ninguém da sua família: nem nos filhos, nem nos netos.

Segundo revelou o Daily Mail, tudo começou depois de este se ter reformado. Foi nessa altura que, por "não ter nada para fazer", começou a consultar site pornográficos, onde se deparou com o caso de um homem que drogava a mulher e a violava.

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