"O Governo da República do Chade quer desmentir formalmente a informação divulgada por alguns meios de comunicação social sobre um alegado acordo que autoriza o regresso das tropas das forças especiais dos EUA a solo chadiano", afirmaram as autoridades do Chade, num comunicado hoje divulgado.
"As autoridades chadianas não tomaram nenhuma decisão desta natureza. É importante lembrar que o Chade, como Estado soberano, continua a ser o proprietário das suas decisões relativas à segurança nacional e à cooperação militar com os seus parceiros internacionais".
O Governo chadiano divulgou esta informação depois de, numa entrevista exclusiva na quinta-feira à estação de rádio pública norte-americana Voice of America (VOA), o major-general do Comando Militar dos EUA em África (AFRICOM), Kenneth Ekman, ter garantido que os governos de ambos os países acordaram o destacamento de um número limitado de forças especiais.
"Trata-se de uma decisão presidencial, mas a decisão foi tomada e agora estamos a trabalhar nos detalhes sobre como vamos regressar", argumentou Ekman à VOA.
O Departamento de Defesa dos EUA anunciou em abril a retirada da maior parte das tropas que tinha destacado no Chade e no Níger para combater fenómenos de terrorismo associado ao jihadismo na conturbada região do Sahel.
O secretário de imprensa do Pentágono, Pat Ryder, anunciou nessa altura que os EUA iriam realocar a maior parte das tropas presentes no Chade, enquanto as conversações entre Washington e o Governo chadiano se prolongavam.
A retirada das forças norte-americanas do país vizinho Níger foi concluída na terça-feira, depois de ter começado em maio, após a rejeição da Junta Militar que governa aquele país desde julho de 2023.
Os conspiradores golpistas do Níger revogaram também os acordos militares que o Níger tinha assinado com a França e pelos quais Paris mantinha uma força antiterrorista destacada para o seu território.
A saída das forças francesas e norte-americanas do Níger, mas também de soldados franceses do Burkina Faso e do Mali - países governados pela Junta Militar - ocorreu enquanto crescia a influência russa sobre estas nações.
Agora, potências ocidentais - como a França e os Estados Unidos - competem para manter a sua influência noutros países da região cujos valores consideram mais semelhantes.
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