Médio Oriente. UE teme "guerra total" e pede mediação de líderes da ONU

O chefe da diplomacia da UE manifestou preocupação com a escalada das tensões entre Israel e Líbano e pediu a mediação dos líderes, reunidos esta semana na ONU, para evitar "uma guerra total".

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© ANGELA WEISS/AFP via Getty Images

Lusa
24/09/2024 06:32 ‧ 24/09/2024 por Lusa

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Josep Borrell reuniu-se informalmente, na segunda-feira, com os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, e afirmou que o tema central era o ataque de Israel ao movimento xiita libanês Hezbollah e a incapacidade do Conselho de Segurança para "tomar decisões".

 

"Continuamos a ter esperança e a trabalhar para travar esta escalada, mas o pior cenário, devo dizer, está a materializar-se e as piores expectativas estão a concretizar-se", afirmou Alto Representante da UE para as Relações Externas aos jornalistas, no final da reunião.

Borrell referiu que, desde a passada terça-feira, morreram 500 pessoas e 4.400 ficaram feridas no Líbano, o que considerou ser um "preço inaceitável" e "uma situação de guerra" e exige "esforços renovados de mediação diplomática".

"E aqui em Nova Iorque é o momento de o fazer, todos devem colocar toda a capacidade para travar este caminho para a guerra", alertou, sublinhando que "o caminho para a paz começa com um único passo, um cessar-fogo em Gaza".

O responsável europeu reiterou a necessidade de um cessar-fogo imediato ao longo da linha azul e na Faixa de Gaza.

"Não são diferentes, estão interligados: o que está a acontecer em Gaza está a desencadear outros cenários de guerra no Líbano, no mar Vermelho (...) e na Cisjordânia, chamada abertamente Judeia e Samaria pelas autoridades israelitas", afirmou.

Questionado sobre a capacidade dos Estados Unidos para influenciar Israel, Borrell reconheceu que, até agora, a diplomacia "não foi capaz de parar a guerra" e lamentou que "nas negociações, ambos os lados estejam a procrastinar".

Numa referência a conflitos anteriores no Líbano, lembrou que "a pressão diplomática foi associada a medidas de incentivo": "porque é que hei-de mudar o meu comportamento se não pagar multas, porque é que hei-de mudar se não houver consequências? Vamos falar sobre isso esta semana", afirmou.

O chefe da diplomacia europeia afirmou ainda ser preciso perceber "quem faz o quê" no conflito, considerando "evidente a influência do Irão na política libanesa". Ao mesmo tempo, é essencial que a UE mantenha "linhas de comunicação" com Teerão.

Borrell indicou que se vai encontrar com o homólogo iraniano esta semana para "falar de tudo e, em particular, do pacto nuclear".

Leia Também: "Extremamente grave". MNE pede que se evitem viagens para o Médio Oriente

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