Numa declaração publicada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, na qualidade de actual representante do G7, este grupo de países, reunidos à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, apelou ao fim do "atual ciclo destrutivo" de violência no Médio Oriente.
Os ministros do G7 referiram que "nenhum país beneficiará com uma nova escalada no Médio Oriente", após os bombardeamentos lançados por Israel contra o Líbano, nos quais morreram cerca de 500 pessoas, contra posições do movimento xiita libanês Hezbollah, responsável pelo lançamento continuado de 'rockets' e outros projéteis contra o norte de Israel.
Assim, mostraram a sua "profunda preocupação com a situação ao longo da linha azul israelo-libanesa [demarcação da fronteira entre os dois países determinada pela ONU em 2000]" e reconheceram "o papel estabilizador essencial desempenhado pelas forças armadas libanesas e pela força interina das Nações Unidas no Líbano na mitigação deste risco".
Neste sentido, os ministros de Itália, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido "exortaram a que todos os intervenientes relevantes implementem medidas imediatas para reduzir a tensão".
Apelaram ainda à implementação do acordo proposto pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, em maio, "que levaria a um cessar-fogo imediato em Gaza, à libertação de todos os reféns, a um aumento significativo e sustentado do fluxo de assistência humanitária para Gaza e ao fim da crise, para garantir um caminho rumo a uma solução de dois Estados, com um Israel seguro ao lado de um Estado palestiniano soberano".
Os países do G7 manifestaram ainda preocupação "com o nível sem precedentes de insegurança alimentar que afeta a maioria da população da Faixa de Gaza" e apelaram à garantia de "um acesso humanitário completo, rápido, seguro e sem entraves".
Além disso, também "sublinharam a importância de manter a estabilidade económica na Cisjordânia" e "condenaram o aumento da violência perpetrada pelos colonos extremistas contra os palestinianos, que mina a segurança e a estabilidade na Cisjordânia e ameaça as perspetivas de uma paz duradoura".
Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza após o grupo islamita palestiniano Hamas ter atacado o território israelita em 07 de outubro e provocado a morte de cerca de 1.200 civis e cerca de 250 pessoas foram raptadas. Em Gaza, mais de 41 mil pessoas já morreram.
O grupo xiita libanês Hezbollah intensificou os bombardeamentos no norte de Israel, alegando solidariedade com os palestinianos na guerra contra os israelitas.
O G7 reiterou ainda sua determinação para que os iranianos - aliados do Hamas e do Hezbollah - nunca desenvolva ou adquira armas nucleares. O bloco de países referiu que "continuará a trabalhar em conjunto e com outros parceiros internacionais para enfrentar a escalada nuclear do Irão", condenando a exportação de mísseis balísticos iranianos para a Rússia.
Leia Também: Médio Oriente. UE teme "guerra total" e pede mediação de líderes da ONU