"Durante os últimos três dias, 12 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas em confrontos, principalmente entre muçulmanos xiitas e sunitas na região", disse, em declarações à agência de notícias espanhola EFE, o comissário adjunto da polícia do distrito de Kurram, Javed Mehsud.
Nesta região, situada na província de Khyber Pakhtunkhwa, no norte do país, são regulares os confrontos entre diferentes tribos, muitas vezes devido a disputas pela propriedade de terras que remontam à independência do país do império britânico em 1947.
Segundo as autoridades paquistanesas, uma disputa de terras está na origem desta nova onda de violência, na qual, relataram as mesmas fontes, estão a ser utilizadas armas de grande calibre e automáticas, o que tem provocado distúrbios públicos e bloqueios de estradas.
"Há uma disputa pela propriedade de um terreno entre duas tribos que vivem em duas aldeias em Bushehra, o que gerou um conflito entre estas", explicou, também à EFE, Riaz Ullah, oficial de controlo da polícia de Kurram.
O representante também relatou que os incidentes alastram-se a outras áreas próximas.
Ullah indicou ainda que esta região montanhosa ficou isolada devido aos confrontos, após o bloqueio da principal via rodoviária que liga a zona ao resto do país.
"Cada vez que esta estrada é encerrada, a população de Kurram enfrenta escassez de alimentos, medicamentos e outros bens", disse Riaz Ullah.
Confrontos semelhantes nesta zona, em julho, provocaram 43 mortos e mais de 150 feridos.
Registaram-se também confrontos graves no ano passado, nos quais morreram pelo menos dez pessoas, que terminaram após um cessar-fogo.
Para se chegar a uma nova trégua, os governantes paquistaneses garantiram que já estão a colaborar com os dirigentes locais.
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