Colombo, 25 set 2024 (Lusa) -- O novo Presidente do Sri Lanka Anura Kumara Dissanayake dissolveu terça-feira o Parlamento e convocou eleições legislativas para novembro, num esforço para consolidar o poder após a sua vitória eleitoral no fim de semana.
As eleições no país da Ásia Meridional vão decorrer em 14 de novembro, de acordo com uma nota do Governo sobre a dissolução do Parlamento.
O partido de Dissanayake, o primeiro Presidente de esquerda do país, detém apenas três lugares no Parlamento de 225 membros e as eleições antecipadas podem ajudá-lo a assumir o controlo da câmara, enquanto os seus índices de aprovação permanecem intactos após a sua vitória nas eleições de sábado.
A dissolução ocorreu horas depois de Dissanayake ter dado posse a uma deputada da sua coligação como primeira-ministra, tornando-a a primeira mulher do país a chefiar o governo em 24 anos.
Harini Amarasuriya, de 54 anos, professora universitária e ativista, é também membro da coligação do Poder Popular Nacional, de tendência marxista, que se mantém na oposição no Parlamento.
A sua vitória nas eleições de sábado sobre o ex-presidente Ranil Wickremesinghe e o líder da oposição Sajith Premadasa ocorreu numa altura em que os cingaleses rejeitavam a velha guarda política a quem culpavam por empurrar o país para uma crise económica sem precedentes.
A última mulher a servir como primeira-ministra, o segundo cargo mais poderoso depois do presidente, foi Sirimavo Bandaranaike.
Foi também a primeira mulher chefe de governo do mundo quando assumiu o cargo em 1960 e cumpriu três mandatos até 2000.
A Frente Popular de Libertação esteve na origem de duas rebeliões mortíferas nos anos de 1970 e 1980, mas desde então Anura Kumara Dissanayaka renunciou e converteu-se, em grande medida, à economia de mercado.
Conquistou um amplo apoio popular ao denunciar, ao longo da campanha, as "elites corruptas" que considerou responsáveis pelo colapso financeiro de 2022, e ao comprometer-se a reduzir os impostos sobre os bens essenciais.
Nesse ano, o Sri Lanka viveu a pior crise económica da história do país, o que levou à queda do antigo Presidente Gotabaya Rajapaksa, expulso do palácio por manifestantes zangados com a inflação e a escassez.
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