"A maior violação da Carta [das Nações Unidas] numa geração foi cometida por um dos membros permanentes deste Conselho. A invasão russa da Ucrânia é ilegal", frisou, lançando dúvidas sobre a presença de Moscovo no edifício do Conselho.
A guerra na Ucrânia "causou um sofrimento humano colossal", vincou, durante um discurso no Conselho.
"Mais de 35 mil civis foram mortos ou feridos. Seis milhões foram forçados a fugir e quase 20 mil crianças ucranianas foram deportadas à força, raptadas, para ser franco", acusou o governante britânico.
Starmer criticou ainda o aprofundamento dos laços militares da Rússia com países como a Coreia do Norte e o Irão, ao mesmo tempo que censurou Moscovo por tratar os seus próprios cidadãos "como pedaços de carne a serem atirados para o picador".
O primeiro-ministro britânico apelou ao Conselho de Segurança para encontrar soluções para pôr fim aos "repetidos ciclos de violência" no Médio Oriente, uma região que está à beira do colapso, e observou que "não há solução militar possível" para o conflito em Gaza.
"Precisamos de um cessar-fogo imediato entre Israel e o Hezbollah libanês e da implementação de um plano político que permita aos civis israelitas e libaneses regressarem às suas casas para viverem em paz e segurança", acrescentou.
Da mesma forma, apelou à libertação dos reféns detidos pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) no enclave palestiniano, bem como para que seja enfrentada "a catástrofe humanitária" na Faixa de Gaza.
Starmer dedicou também algumas palavras no seu discurso ao conflito entre o Exército sudanês e as Forças Paramilitares de Apoio Rápido (RSF), que já resultou em "10 milhões" de deslocados e que "arrisca desestabilizar" países vizinhos como o Sudão do Sul e Chade.
"Milhões de pessoas enfrentam condições de emergência ou de fome exacerbadas por tentativas deliberadas de impedir que a ajuda chegue àqueles que dela necessitam. Esta é agora a pior crise humanitária do mundo e a pior crise de deslocações", apontou Starmer.
O britânico recordou que o Reino Unido apresentou uma resolução ao Conselho de Segurança em julho para pedir às partes que se comprometessem a alcançar um cessar-fogo.
"Reitero hoje esse apelo. As partes em conflito devem encetar conversações sobre um cessar-fogo", concluiu.
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