"As duas forças armadas mantêm uma comunicação de alto nível, mas também a nível político, e diálogos e intercâmbios institucionalizados em domínios especializados. Estes contactos têm como objetivo melhorar a compreensão mútua, evitar erros de cálculo e gerir e controlar os riscos", disse o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, em conferência de imprensa.
O governo dos Estados Unidos disse na quarta-feira que a China informou com antecedência sobre o primeiro lançamento público de um míssil balístico de longo alcance em décadas e agradeceu o aviso, dizendo que foi um passo na direção certa.
O porta-voz Zhang afirmou que a política nuclear da China é "estável, consistente e previsível" e reiterou que o país sempre seguiu uma política de "não utilização prévia de armas nucleares e uma estratégia nuclear centrada na auto-defesa".
"A China não se envolve em corridas ao armamento e compromete-se a não utilizar ou ameaçar utilizar armas nucleares contra Estados sem armas nucleares ou em regiões sem armas nucleares e mantém as suas capacidades nucleares ao nível mínimo necessário para a segurança nacional", afirmou.
A China lançou um míssil balístico intercontinental, capaz de atingir o território dos EUA, com uma ogiva explosiva, em águas do Pacífico. Foi a primeira vez em 44 anos que o país tornou público um teste deste tipo.
De acordo com o ministério da Defesa chinês, o objetivo do lançamento foi testar o desempenho do seu armamento e a eficácia do seu treino militar, o que, segundo o ministério, foi conseguido.
A extrema opacidade do programa nuclear chinês suscitou críticas de países como os Estados Unidos, que estimam que o país asiático possui mais de 500 ogivas nucleares operacionais e poderá duplicar este número até 2030.
A porta-voz do Pentágono considerou positivo o facto de Pequim os ter informado: "É positivo e vai na direção certa. Reduz o risco de quaisquer equívocos e erros de cálculo", afirmou.
No final de setembro, os altos responsáveis militares chineses e norte-americanos realizaram uma ronda de conversações em Pequim, depois de terem retomado as reuniões em janeiro, que tinham sido suspensas durante dois anos devido à deterioração das relações.
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