"O regime do (ex) Presidente Macky Sall manipulou os dados para dar uma imagem económica, financeira e orçamental que nada tinha a ver com a realidade. Isto é extremamente grave", disse Ousmane Sonko, durante uma conferência de imprensa.
Ousmane Sonko acusou Sal e os ex-ministros Amadou Ba, Mamadou Moustapha Ba e Abdoulaye Daouda Diallo de publicarem "dados errados" e de "mentirem" à população do Senegal, país vizinho da Guiné-Bissau, e aos seus parceiros.
"605 mil milhões de francos CFA [cerca de 900 milhões de euros] deveriam ter sido gastos a partir de 01 de Janeiro de 2024, mas o regime cessante gastou-os antes de chegarmos ao poder [em março de 2024], ou seja, para o exercício de 2023, o que é extremamente grave (...) No momento em que vos falo, não encontramos qualquer vestígio da utilização destes fundos", acrescentou Sonko.
Estas despesas extras representaram um sobrefinanciamento que levou o estado a solicitar empréstimos que não estavam inicialmente previstos.
Por seu lado, o ministro da Economia, Abdourahmane Sarr, afirmou que o relatório realizado após uma auditoria às finanças públicas revelou que a dívida pública para o período 2019-2023 era de 76,3% do PIB, mais de 10 pontos percentuais do PIB.
Os valores do défice orçamental acabaram também por ser o dobro dos anunciados, passando assim de 5,5% do PIB para 10,1% no mesmo período referido.
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