Este financiamento de emergência eleva a ajuda humanitária europeia ao Líbano para 74 milhões de euros este ano, e visa responder às necessidades mais urgentes, como proteção, assistência alimentar, alojamento e cuidados de saúde da população, informou o executivo comunitário, num comunicado.
"À medida que as hostilidades aumentam rapidamente, a população do Líbano está a ser sujeita a violência extrema e civis inocentes estão a pagar o preço nos confrontos entre o Hezbollah e Israel", lamentou o comissário para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, citado pela agência espanhola EFE.
O político esloveno observou que com esta nova dotação de 10 milhões de euros a União Europeia (UE) pretende estabelecer "imediatamente uma tábua de salvação para as pessoas no Líbano, tanto nacionais como refugiados, afetadas pelo aumento das hostilidades".
"Neste momento, mais do que nunca, todas as partes devem respeitar o Direito Internacional Humanitário", apelou Lenarcic, numa mensagem na rede social X (antigo Twitter).
A UE está disposta a prestar mais apoio, mobilizando todos os instrumentos de resposta a emergências disponíveis, incluindo a utilização do Mecanismo de Proteção Civil, observou a Comissão Europeia, no mesmo comunicado.
O Líbano contabiliza neste momento cerca de um milhão de deslocados internos em apenas uma semana de intensos bombardeamentos israelitas contra os bastiões do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, "a maior" vaga da história do pequeno país mediterrânico, afirmou hoje o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati.
Israel prossegue com a sua campanha aérea contra o sul do Líbano, o leste do Vale do Bekaa e os subúrbios do sul de Beirute, enquanto centenas de abrigos para deslocados atingiram a capacidade máxima, no meio de relatos de ajuda insuficiente às famílias em fuga.
De acordo com o mais recente relatório de situação publicado hoje pela presidência do Conselho de Ministros, 116.100 deslocados internos estão alojados em 777 centros e escolas autorizados pelas autoridades, dos quais mais de 500 atingiram a sua capacidade máxima.
A população do Líbano, incluindo os refugiados, já enfrentava elevados níveis de pobreza e insegurança alimentar e tinha um acesso limitado aos serviços, segundo realçou a nota informativa do executivo comunitário.
Estima-se que quase dois milhões de refugiados libaneses e sírios sofram de insegurança alimentar e teme-se que este número aumente ainda mais devido à escalada de violência.
Desde 2011, a UE atribuiu mais de 941 milhões de euros em ajuda humanitária para responder às necessidades urgentes da população, tanto libanesa como refugiada.
Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.
Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.
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