Um nome relativamente desconhecido na política nacional norte-americana, Tim Walz fez carreira como moderado quando serviu como congressista na Câmara dos Representantes entre 2007 e 2019, ano em que foi eleito governador do Minnesota.
Neste cargo, aproximou-se da ala mais à esquerda do partido liderando iniciativas progressistas. Entre as medidas mais significativas de Walz como governador estão a codificação do direito ao aborto no estado do Minnesota, a restituição de direitos de voto a condenados, a garantia de acesso a procedimentos médicos de afirmação de género e a introdução de refeições gratuitas nas escolas.
Os principais ataques dos republicanos ao democrata centram-se em torno da legislação promulgada em abril de 2023 para proteger o acesso a cuidados de afirmação de género.
Aos 60 anos, chegou à lista final de potenciais vice-presidentes de Kamala Harris depois de alcançar reconhecimento ao cunhar os republicanos de "esquisitos".
Esta expressão ("weird" no original) fez eco entre os democratas e já aparece em merchandising alusivo às presidenciais.
Tal como explicou à Lusa a cientista política luso-americana Daniela Melo, o objetivo dos democratas na busca de um vice-Presidente foi equilibrar o 'ticket' com alguém visto como moderado, já que Kamala Harris é sobretudo encarada como muito progressista.
Tim Walz, além disso, tem características importantes para atrair o eleitorado branco mais velho, onde Joe Biden era forte mas Kamala Harris tem alguma dificuldade. A campanha de Harris atribui-lhe "uma coragem do centro oeste" com apelo nacional.
O seu currículo apresenta uma carreira longa no exército e na educação antes de enveredar pela política.
Licenciou-se na Universidade Estadual do Nebraska em Chadron, serviu na Guarda Nacional do Exército, e trabalhou como professor em dois estados. Primeiro na reserva nativa de Pine Ridge, Dakota do Sul, onde conheceu a mulher Gwen, e depois em Mankato, Minnesota.
Teve ainda uma passagem como professor pela China durante um ano, no início da carreira, como parte de um programa de intercâmbio de Harvard.
O seu percurso político começou há vinte anos, com um episódio que tem sido contado frequentemente: levou um grupo de estudantes a um comício do então presidente George W. Bush, mas um segurança pediu-lhes para se irem embora porque alguns tinham autocolantes a apoiar John Kerry (o democrata que sairia vencido).
"Foi uma combinação de ficar um pouco frustrado e um momento de epifania de como as pessoas se sentem quando são examinadas", diria mais tarde. Dois anos depois, foi eleito para a Câmara dos Representantes pelo primeiro distrito do Minnesota.
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