"Registámos e qualificámos o maior número de presos políticos conhecido na Venezuela, pelo menos no século XXI. Continuamos a receber e a registar os detidos", explica ONG na sua conta do X, antigo Twitter.
Na última semana, adianta a FP, registaram-se 40 novas detenções e nenhum dos detidos por motivos foi libertado, enquanto mais de nove mil outras pessoas continuam "submetidas arbitrariamente" a restrições à liberdade.
Segundo o FP, 1.669 presos políticos são homens e 236 mulheres, e 1.746 são civis e 159 militares. Sobre as idades, 1.838 são adultos e 67 adolescentes com idades compreendidas entre 14 e 17 anos.
Do total de presos políticos, 148 foram condenados e 1.757 aguardam julgamento.
"Desde 2014 registaram-se 17.882 detenções políticas na Venezuela. O FP assistiu gratuitamente mais de 14.000 detidos, hoje excarcerados, e outras vítimas de violações aos seus direitos humanos", refere.
Na X, o FP explica que os dados das pessoas que privadas da liberdade não inclui ainda todos os que foram detidos ou libertados, ou que estão sob arresto a curto prazo (48 horas).
Também que 1.767 pessoas estão presas desde o início das manifestações pós-eleições presidenciais.
A Venezuela realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição venezuelana contesta os dados oficiais e alega que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia -- atualmente exilado em Espanha -, obteve quase 70% dos votos.
Oposição e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
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