O Instituto para as Obras Religiosas, conhecido como Banco do Vaticano, revelou, na quarta-feira, que despediu um casal de funcionários por ter violado uma nova proibição de casamentos no local de trabalho ao se ter casado recentemente.
Segundo a agência de notícias The Associated Press (AP), o instituto disse ter tomado a "difícil decisão" de despedir o casal, que tem três filhos. Em causa esteve o facto de nenhum deles ter aceitado demitir-se voluntariamente para que o outro pudesse continuar a trabalhar.
O casal conheceu-se quando trabalhava em diferentes departamentos do Banco do Vaticano e informou, em fevereiro, que pretendia casar-se. Meses depois, em maio, entrou em vigor um novo regulamento que proíbe os casamentos no local de trabalho.
O objetivo, segundo o instituto, é evitar quaisquer possíveis conflitos de interesses num pequeno banco com apenas 100 funcionários e garantir a imparcialidade nas suas operações.
"A formação de um casal entre os funcionários é, de facto, flagrantemente contraditória com os regulamentos em vigor no instituto, cujo principal objetivo é evitar o risco reputacional de acusações de familismo e, consequentemente, garantir um tratamento imparcial entre os funcionários", afirmou o Instituto para as Obras Religiosas, citado pela AP.
O despedimento foi contestado pela advogada do casal, Laura Sgro, que avisou o banco que levaria o caso ao tribunal civil do Vaticano, uma vez que a notificação era "nula, ilegítima e gravemente lesiva dos direitos fundamentais das pessoas e dos trabalhadores e, portanto, desprovida de qualquer efeito".
O casal apelou ainda ao Papa Francisco e pediu uma dispensa do novo regulamento, que só entrou em vigor depois de terem anunciado a intenção de se casar. No entanto, não obteve resposta.
A advogada explicou que os visados casaram em agosto e que, na terça-feira, 1 de outubro, foram notificados de que já não preenchiam os requisitos para serem funcionários bancários. Foi-lhes então pedido que entregassem os seus cartões de identificação do Vaticano e devolvessem os seus cartões bancários do IOR.
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