Derrick e Hamony Taylor, dois irmãos de 4 e 7 anos, respetivamente, morreram enquanto dormiam depois de um carvalho ter caído em cima da sua casa na Geórgia, Estados Unidos, na sequência do furacão Helene.
Numa entrevista ao jornal diário da região, The Atlanta-Journal Constitution, os pais das crianças, Crystal e Herbert Taylor, contaram que, na noite de 26 de setembro, estavam todos a dormir em casa, incluindo a filha mais velha, Cassidy, de 11 anos. Por volta das 4h00 da manhã, a mãe acordou para ver se as árvores ainda estavam de pé. Antes de voltar a deitar-se ia passar no quarto de Derrick e Hamony quando um enorme carvalho caiu precisamente em cima da cama das crianças.
Em pânico, o pai lembra-se de ter gritado: "Os meus bebés!".
Logo após a queda da árvore foram até casa de um vizinho, onde a mãe ligou para o 112 e comunicou que a queda da árvore também tinha provocado um incêndio.
Quando chegaram ao local, os bombeiros apagaram o fogo rapidamente, mas tiveram dificuldade em deslocar o pesado carvalho para chegar às duas crianças.
"Não consigo chegar aos meus bebés!", gritou Crystal Taylor na altura.
Só depois de mais de cinco horas os socorristas conseguiram, finalmente, serrar a árvore e libertar os corpos das crianças.
Os pais recordaram também os dois irmãos como sendo muito próximos.
"Tinham uma ligação especial. Foram feitos um para o outro", contaram na mesma entrevista.
A tempestade, nos últimos dias, abriu um caminho de morte e destruição pelo Sudeste dos Estados Unidos depois de chegar à costa na quinta-feira, na Flórida. Quase metade das mortes ocorreu na Carolina do Norte, enquanto dezenas de outras ocorreram na Carolina do Sul e na Geórgia.
Equipas de resgate com cães caminharam através de lama e escombros até aos joelhos à procura nas montanhas do Oeste da Carolina do Norte das vítimas do furacão Helene, dias depois de a tempestade ter devastado a região.
Muitos dos que sobreviveram àquela que foi uma das tempestades mais mortíferas da história dos EUA ficaram sem eletricidade ou sem qualquer forma de pedir ajuda. Alguns cozinhavam comida em churrasqueiras a carvão ou caminhavam para terrenos elevados na esperança de encontrar um sinal para ligar para seus entes queridos.
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