"O Fundo Central de Resposta de Emergência das Nações Unidas desbloqueou 5 milhões de dólares [cerca de 4,5 milhões de euros] para reforçar a resposta às inundações e satisfazer as necessidades críticas em três dos Estados mais afetados pelas inundações na Nigéria: Borno e Bauchi, no nordeste, e Sokoto, no noroeste", declarou a ONU num comunicado divulgado na quarta-feira à noite.
De acordo com os serviços de emergência nigerianos, a atual estação das chuvas na Nigéria já provocou "mais de 300 mortos" e obrigou "pelo menos 1,2 milhões de pessoas" a abandonarem as suas casas.
"As inundações na Nigéria criaram uma crise dentro de uma crise", declarou Mohamed M. Malick Fall, coordenador das Nações Unidas na Nigéria, no mesmo comunicado de imprensa.
"Milhões de pessoas, as mais vulneráveis, já se encontravam em situação de grave insegurança alimentar antes das inundações, devido às dificuldades económicas do país, e as inundações agravaram o seu sofrimento", acrescentou.
Desde que chegou ao poder no ano passado, o Presidente nigeriano, Bola Ahmed, tomou uma série de medidas (fim dos subsídios aos combustíveis, liberalização da moeda nacional, o naira) com o objetivo de impulsionar a economia e atrair investidores.
Contudo, a curto prazo, os nigerianos assistiram à subida da inflação, nomeadamente dos preços dos combustíveis e dos géneros alimentícios, que em junho atingiu os 34,2%.
A ajuda de emergência anunciada pelas Nações Unidas vem juntar-se aos seis milhões de dólares (cerca de 5,4 milhões de euros) já disponibilizados pelo Fundo Humanitário Nigeriano.
Alguns estados nigerianos afetados pelas inundações enfrentam também atualmente um ressurgimento da cólera.
Em setembro, grandes inundações atingiram a cidade de Maiduguri, capital do estado de Borno, no nordeste da Nigéria, matando pelo menos 37 pessoas.
Em 2022, mais de 500 pessoas morreram e 1,4 milhões ficaram desalojadas nas piores inundações dos últimos dez anos no país.
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