Ishiba substituiu Fumio Kishida com a principal missão de pacificar rapidamente a raiva pública sobre a má conduta financeira no Partido Liberal Democrata e recuperar o apoio antes das eleições parlamentares de 27 de outubro.
"Conseguirei uma política que não seja para os políticos, mas para o povo", disse Ishiba, comprometendo-se a fornecer "explicações sinceras" e a garantir que os legisladores cumprem as regras.
Estabeleceu cinco pilares políticos a defender, incluindo a segurança, a economia e a resiliência a catástrofes.
Ishiba disse que vai reforçar a capacidade militar do Japão para se defender das ameaças da China, Rússia e Coreia do Norte no âmbito da aliança de segurança Japão-EUA.
O novo primeiro-ministro destacou as violações do espaço aéreo japonês no mês passado por aviões de guerra chineses e russos e o avanço da tecnologia e dos testes de mísseis da Coreia do Norte como exemplos da deterioração do ambiente de segurança que o Japão enfrenta e enfatizou a necessidade de um maior fortalecimento das forças armadas japonesas.
Ishiba avançou que promoverá um "relacionamento estratégico e mutuamente benéfico" com a China e aumentará a comunicação a todos os níveis para construir laços "estáveis e construtivos".
No discurso, disse ainda que irá reforçar e expandir ainda mais os laços do Japão com a Coreia do Sul e a cooperação trilateral que o Japão tem com esta e com os Estados Unidos.
O novo primeiro-ministro não mencionou dois objetivos que defendeu antes de assumir o cargo -- tornar a aliança de segurança Japão-EUA mais equitativa e estabelecer um sistema de defesa coletiva semelhante ao da NATO na Ásia -- aparentemente para evitar controvérsia antes das eleições, que o LDP deverá ganhar.
Shigeru Ishiba referiu também que quer aumentar o salário mínimo médio nacional em mais de 40% até ao final da década, de forma a mitigar os efeitos da inflação e estimular o consumo.
Durante o seu discurso, Ishiba considerou que o mundo está a tornar-se cada vez mais "dividido".
"A Ucrânia de hoje pode prenunciar o Leste Asiático de amanhã. Porque é que a dissuasão não funcionou na Ucrânia?", questionou Ishiba.
"Se também tivermos em conta a situação no Médio Oriente, a comunidade internacional está a tornar-se cada vez mais dividida e propensa ao confronto", acrescentou.
Shigeru Ishiba, antigo ministro da Defesa, foi eleito há uma semana líder do Partido Liberal Democrata (LPD, na sigla em inglês), o partido no poder, que governa o Japão de forma quase contínua há décadas.
Ishiba sucede a Fumio Kishida deixou o cargo para que o partido pudesse ter um novo líder após os escândalos de corrupção.
O novo primeiro-ministro anunciou na segunda-feira que pretende convocar eleições legislativas antecipadas para 27 de outubro.
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