No último dia da campanha, aquele que é também presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) afirmou que a expetativa é de "uma vitória certa" e acusou a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde a independência, de nunca ter vencido qualquer eleição.
"A Frelimo nunca ganhou. Não podemos enganar o mundo. Desde 1974 tivemos sempre eleições fraudulentas e nós, neste momento, queremos deixar um apelo [para] que possamos ter eleições justas e transparentes. Só assim não vamos ter conflitos", alertou.
"O que nós queremos são eleições justas, livres e transparentes. Ninguém pode corrigir aquela que seja a decisão do povo moçambicano. Corrigir, tentar manobrar, para não ir ao encontro da decisão dos moçambicanos, a partir daí, alguma coisa vai acontecer através do povo", acrescentou o candidato, no dia em que se cumprem 45 dias de campanha das eleições agendadas para esta quarta-feira.
Em caso de fraude, declarou, "o povo moçambicano, a juventude, vai levantar-se contra este regime. (...). Pode não ser através das armas, mas através de uma manifestação que vai prejudicar o país".
As declarações aos jornalistas de Ossufo foram realizadas em Maputo à partida para a última ação de campanha, diante de apoiantes, alguns deles a empunharem vassouras feitas de ramos secos. As vassouras "são para varrer a corrupção" e a falta de investimento no país, explicou o candidato presidencial.
Moçambique realiza as sétimas eleições presidenciais, às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos, em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.
Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, segundo dados da Comissão Nacional de Eleições.
Concorrem à Presidência da República Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, Ossufo Momade, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido representando no parlamento, e Venâncio Mondlane, ex-membro e ex-deputado da Renamo, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), sem representação parlamentar.
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