Grupo de deputados iranianos defende uso de nuclear em fins militares
Um total de 39 deputados iranianos pediu hoje uma mudança da doutrina sobre energia nuclear, para permitir que o seu uso não seja só civil, numa altura que Israel ameaça retaliar contra o Irão pelo ataque da semana passada.
© Reuters
Mundo Médio Oriente
Um grupo de "39 deputados assinou uma carta, enviada ao Conselho Supremo de Segurança Nacional, a pedir que a doutrina de defesa da República Islâmica do Irão fosse reconsiderada", disse o deputado e clérigo Hasan Ali Akhlaghi-Amiri, um dos signatários da carta, citado pela agência nacional de notícias ISNA.
O grupo de deputados -- que representa 14% do total de 290 -- defendeu que a 'Fatwa' (decisão religiosa) emitida pelo líder supremo do Irão, Ali Khamenei, que proíbe o fabrico e a utilização de armas de destruição maciça, pode mudar consoante as condições.
Para Akhlaghi-Amiri, estas condições existem agora, já que "nenhuma organização internacional nem os países europeus ou os Estados Unidos são capazes de controlar Israel, razão pela qual este falso regime continua a cometer crimes".
O porta-voz do grupo adiantou ainda que a aliança informal anti-Israel 'Eixo da Resistência', liderada por Teerão e composta pelo grupo xiita libanês Hezbollah, os palestinianos do grupo islamita Hamas, os Huthis do Iémen e as milícias iraquianas, têm os olhos postos no Irão.
"Não podemos agora olhar apenas para nós próprios, temos de garantir o apoio ao 'Eixo da Resistência'", sublinhou.
Os apelos à mudança da política do nuclear do Irão surgem no meio da escalada de ataques de Israel no Líbano e em Gaza, e face a um possível ataque israelita ao Irão, em resposta aos 180 mísseis lançados por Teerão contra o seu território na semana passada.
O Irão tem garantido, até agora, que o seu programa nuclear tem um objetivo exclusivamente civil e até o Khamenei emitiu uma 'Fatwa' a condenar as armas atómicas.
O programa atómico iraniano registou grandes progressos nos últimos anos após o colapso do acordo nuclear assinado em 2015, embora não haja provas de que o país possua armas nucleares.
De acordo com o mais recente relatório da Agência Internacional de Energia Atómica ou Atómica (AIEA), publicado em agosto em Viena, o Irão produz urânio altamente enriquecido - até 60% -, um material que quase não tem utilizações civis, mas sim militares.
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