"Tomámos, no Governo, decisões que irão garantir que haverá mais entregas [de armas] em breve", afirmou Olaf Scholz à Câmara dos Representantes, durante um debate sobre o ataque do grupo islamita palestiniano Hamas a Israel, a 07 de outubro de 2023.
"Não decidimos parar de entregar armas", acrescentou Scholz, em resposta às acusações da oposição conservadora, mostrando a existência de "fissuras na solidariedade" alemã com Israel.
"Entregámos e vamos voltar a entregar armas", reiterou, sem especificar a natureza, volume ou objetivo específico para que podem ser utilizadas.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou recentemente ao fim das entregas a Israel de armas utilizadas em Gaza, despertando a ira do primeiro-ministro israelita e uma certa circunspeção em Berlim, tradicional aliado de Israel.
Macron acusou, no fim de semana passada, os governos europeus de serem incoerentes ao apelar a um cessar-fogo em Gaza e, ao mesmo tempo, continuarem a fornecer armas letais às forças israelitas.
Os Estados europeus apoiaram o direito de autodefesa de Israel na sequência dos ataques do Hamas de 07 de outubro, mas as preocupações de que as armas doadas pelo Ocidente possam contribuir para crimes de guerra e mortes de civis na Faixa de Gaza levaram países como Itália, Espanha, Reino Unido ou Bélgica a suspender os envios.
Processos judiciais de alto risco, como o processo de genocídio apresentado pela África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça aumentaram a pressão sobre os governos para evitar a eventualidade de serem acusados de cumplicidade em crimes de guerra.
"Durante semanas e meses, o Governo federal recusou autorizações de exportação para a entrega de munições e até peças suplentes para tanques a Israel", disse hoje o líder da oposição conservadora alemã, Friedrich Merz, ao Bundestag (parlamento alemão).
Israel está envolvido em várias frentes de guerra, combatendo o Hamas em Gaza e movimento xiita Hezbollah no Líbano, onde realiza operações terrestres desde segunda-feira.
O Estado judaico ameaça também responder a um ataque de cerca de 200 mísseis lançados pelo Irão na passada terça-feira.
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