França quer explicação após disparos israelitas a missão da ONU no Líbano
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) francês afirmou hoje que França "aguarda explicações" de Israel, depois de disparos israelitas terem ferido dois capacetes azuis da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL).
© Reuters
Mundo Médio Oriente
"A proteção dos capacetes azuis é uma obrigação imposta a todas as partes num conflito", afirmou o MNE francês em comunicado, insistindo que Paris "condena qualquer ataque à segurança da FINUL".
Por sua vez, o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, sustentou hoje que os ataques de tropas israelitas FINUL "podem constituir crimes de guerra".
"As ações hostis cometidas de forma repetida pelas forças israelitas contra a base da FINUL podem constituir crimes de guerra e representam com certeza violações muito graves das normas do Direito Internacional Humanitário", afirmou o ministro italiano numa conferência de imprensa.
"Pedimos explicações sobre os acontecimentos ocorridos", acrescentou o ministro, que convocou hoje à tarde o embaixador israelita em Itália, lamentando que este "não estivesse em condições de fornecer explicações".
Depois de Israel ter pedido à ONU para retirar a sua base da zona da linha da frente, o ministro italiano reagiu: "Disse ao embaixador para dizer ao Governo israelita que as Nações Unidas não recebem ordens de Israel".
Num comunicado divulgado antes da sua conferência de imprensa, Crosetto tinha já condenado "incidentes intoleráveis" e apelado para um "desanuviamento" e para o "restabelecimento do direito internacional".
Crosetto indicou também ter "protestado firmemente" junto do embaixador israelita sobre este incidente, que "é absolutamente inaceitável, além de estar em flagrante contradição com o Direito Internacional".
"Esta manhã, contactei o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, para lhe apresentar um protesto e recordar-lhe com firmeza que o que está a acontecer junto às bases italianas da FINUL no sul do Líbano (...) é, para mim e para o Governo italiano, inaceitável", declarou.
"Apesar de ter recebido garantias de que será dada a máxima atenção à segurança do pessoal militar, reiterei que deve ser evitado qualquer erro que possa pôr em perigo os soldados italianos e a FINUL", acrescentou.
Anteriormente, o gabinete da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, tinha indicado num comunicado que ela "teve uma conversa telefónica esta tarde com o comandante do setor ocidental da FINUL, o general Messina" e tinha sublinhado o "valioso" trabalho de Itália na "estabilização da área".
Após os disparos israelitas que feriram dois capacetes azuis indonésios, França e Itália vão reunir na próxima semana os países europeus que contribuem para a FINUL, cujos 10.000 soldados estão destacados no sul do Líbano.
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