Dezenas de milhares de norte-coreanos fugiram para a Coreia do Sul desde o fim da guerra da Coreia, em 1953, mas quase todos o fizeram através da China e depois através de um país terceiro, como a Tailândia.
O exército sul-coreano intercetou "um indivíduo suspeito de ser norte-coreano no mar Amarelo, em meados de setembro, e entregou-o às autoridades competentes", disse, acrescentando não ter sido detetado qualquer movimento anormal do exército norte-coreano no momento da deserção.
De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o desertor fugiu da Coreia do Norte a bordo de um barco de madeira.
Esta é a terceira vez desde agosto que um norte-coreano consegue atravessar a fronteira diretamente para o Sul. Em agosto, um desertor conseguiu atravessar a fronteira terrestre fortemente fortificada e minada entre os dois países. Outro atravessou o rio Han.
O número de deserções caiu drasticamente a partir de 2020, quando a Coreia do Norte selou hermeticamente a fronteira com a China para se proteger da covid-19.
Em 2023, ano em que Pyongyang reabriu a fronteira chinesa, um total de 196 norte-coreanos conseguiram atravessar para a Coreia do Sul, em comparação com apenas 67 em 2022. De acordo com o governo sul-coreano, cada vez mais membros da classe privilegiada - diplomatas ou estudantes no estrangeiro - estão a tentar fugir.
Na quarta-feira, o exército norte-coreano confirmou que estava "a cortar definitivamente" as ligações rodoviárias e terrestres entre os dois países, nomeadamente através do desmantelamento da única linha ferroviária existente.
Na prática, a fronteira entre as duas Coreias já estava completamente fechada. Desde o fim da guerra em 1953, a linha de caminho de ferro só esteve em serviço durante um curto período de 14 meses, entre 2007 e 2008.
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