"A paz e a segurança no Estreito de Taiwan e nas suas imediações são extremamente importantes para a região. O Japão está a acompanhar de perto a situação", declarou Ishiba aos meios de comunicação locais.
"Estaremos preparados para qualquer evolução", acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.
O ministro da Defesa japonês, general Nakatani, também disse hoje que Tóquio está a observar as manobras com grande atenção.
Nakatani referiu que as tropas japonesas tomaram as precauções necessárias para o caso de um míssil utilizado pela China durante as manobras cair em águas territoriais do Japão.
A China lançou hoje uma nova ronda de manobras em torno de Taiwan, simulando um bloqueio e a tomada de portos e áreas importantes da ilha.
O Ministério da Defesa de Taiwan disse que detetou até meio da tarde (hora local), 125 voos de aviões militares chineses, segundo a agência local CNA.
Disse também que navios de combate e 17 navios da guarda costeira da China se encontravam nas águas que rodeiam Taiwan.
Pequim afirmou que os exercícios são uma resposta às afirmações do líder de Taiwan, William Lai, que reiterou recentemente que a República Popular da China "não tem o direito de representar Taiwan".
Taipé considerou os exercícios como uma provocação e afirmou que as suas forças estão preparadas para reagir.
As manobras, designadas "Joint Sword-2024B", envolvem forças terrestres, marítimas e aéreas, e são semelhantes às que a China realizou em maio passado, também no Estreito de Taiwan e em torno da ilha autónoma.
Os Estados Unidos, o principal fornecedor de armas a Taiwan, descreveu os exercícios como uma reação "militarmente provocadora" de Pequim a um "discurso anual de rotina" de Lai.
"Apelamos à República Popular da China para que atue com moderação e evite qualquer ação que possa prejudicar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e em toda a região, o que é essencial para a paz e a prosperidade regionais e uma preocupação internacional", advertiu o Departamento de Estado.
Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros reiterou hoje que a independência de Taiwan é incompatível com a paz.
"Se os EUA estão interessados na paz entre os dois lados do Estreito de Taiwan, devem respeitar o princípio 'uma só China', não enviar sinais errados às forças pró-independência e deixar de fornecer armamento a Taiwan", declarou a porta-voz da diplomacia de Pequim Mao Ning.
A ilha é uma das principais fontes de fricção entre a China e os Estados Unidos, que poderão intervir para defender Taiwan em caso de conflito.
A China reivindica a soberania sobre Taiwan, que considera uma "província rebelde" desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para a ilha em 1949, depois de terem perdido a guerra contra o exército comunista.
Pequim ameaçou tomar Taiwan pela força se a ilha declarar a independência.
O Japão, cuja ponta sudoeste, a ilha de Yonaguni, se situa a pouco mais de 110 quilómetros de Taiwan, já disse anteriormente que qualquer contingência no território poderá também constituir uma emergência para a sua segurança nacional.
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