Num discurso durante um evento sobre África e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o enquadramento específico da União Africana, conhecido como Agenda 2063, Philémon Yang disse que "nunca houve uma altura melhor para acelerar o progresso rumo à paz, prosperidade e desenvolvimento sustentável".
De acordo com o site das Nações Unidas, Yang avisou que, apesar dos vastos recursos naturais e energéticos, muitas nações continuam a sofrer de um défice energético e de insegurança alimentar.
"Para além disso, o sobre-endividamento e o injusto sistema financeiro global exacerbaram as pressões financeiras sobre África, resultando num défice de financiamento para o desenvolvimento de 1,6 biliões de dólares", que é agravado pelo facto de o atual sistema "privilegiar as taxas de juro altas e o serviço da dívida, sobre os investimentos em resiliência e serviços sociais".
Apesar de reconhecer os desafios do continente, Yang elogiou a resiliência do continente e disse que o crescimento económico na África subsaariana deve ser de 3,8% em 2025, acima dos 2,6% do ano passado.
"Com uma gestão financeira mais eficaz, uma mobilização de recursos internos mais fortes e um melhor uso do debate como ferramenta de desenvolvimento, as economias africanas podem fortificar e sustentar o seu crescimento", concluiu.
As declarações surgem na mesma altura em que o Banco Mundial apresentou o seu mais importante relatório anual sobre o continente, o Pulsar de África, que aponta para um crescimento de 3% e 4% neste e no próximo ano.
"Temos uma dívida esmagadora, com os volumes e os pagamentos de juros em níveis assustadores", salientou, lembrando a explosão da dívida pública, que passou de 150 mil milhões de dólares (137 mil milhões de euros), em 2010, para 500 mil milhões de dólares (457 mil milhões de euros) em 2022", disse o economista-chefe do Banco Mundial para África, Andrew Dabalen, numa conferência com os jornalistas.
Além do volume da divida, referiu o economista, também a composição dos credores mudou, com a China e os detentores de dívida comercial a terem agora 57% do total da dívida africana.
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