Países escandinavos e bálticos pedem aos moldavos que apoiem adesão à UE

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países escandinavos e bálticos apelaram hoje aos moldavos para que apoiem a reforma constitucional e a adesão à União Europeia (UE) no "histórico" referendo agendado para o próximo domingo.

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Lusa
15/10/2024 18:19 ‧ 15/10/2024 por Lusa

Mundo

União Europeia

"Estou confiante de que no referendo os cidadãos farão uma escolha forte. Teremos todo o prazer em receber a Moldova quando esta aderir à UE", afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros da Letónia, Baiba Braze, de acordo com a agência noticiosa Moldpres.

 

Os oito ministros do grupo - Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega e Suécia - reuniram-se hoje com o seu homólogo moldavo, Mihai Popsoi, em Chisinau.

"A adesão da Letónia à UE reforçou a nossa soberania", acrescentou Braze, referindo que os salários e as pensões aumentaram seis vezes desde então.

Outros membros da delegação escandinava sublinharam que o referendo de 20 de outubro é "histórico" e mostraram-se confiantes de que a afluência às urnas será "maciça".

Popsoi sublinhou que a Moldova tenciona avançar na "via europeia", apesar da "interferência russa que procura desestabilizar o processo democrático e minar a confiança nas instituições" do país.

Popsoi sublinhou ainda que Chisinau continuará a participar nos esforços internacionais de apoio à Ucrânia para contrariar a "agressão russa".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro da vizinha Roménia, Marcel Ciolacu, também se deslocaram à antiga república soviética na semana passada para apoiar a sua aproximação à UE.

O Kremlin (presidência russa) nega qualquer interferência nos assuntos internos da Moldova, nas vésperas do referendo pró-europeu e das eleições em que a atual Presidente, Maia Sandu, vai tentar a reeleição.

"Não interferimos nos assuntos internos dos outros, mas a realidade é a realidade. Há muitos partidos políticos, muitos cidadãos, que querem ter boas relações com a Rússia. Esse direito é-lhes negado", afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa telefónica diária.

Além disso, acrescentou, "os políticos estão privados do direito de dizer que são a favor de boas relações com a Rússia".

Há meses que Sandu acusa Moscovo de tentar desestabilizar a situação na ex-república soviética que faz fronteira com a Ucrânia, a fim de a inclinar para a União Económica Eurasiática (UEE), liderada pela Rússia.

Por esta razão, Chisinau restringiu as visitas de altos funcionários russos e bloqueou a difusão de numerosos canais de televisão, agências noticiosas e páginas na Internet ligados à propaganda russa.

O Ministério Público da Moldova alega que dezenas de milhares de eleitores moldavos foram alegadamente pagos através de contas bancárias russas numa tentativa de impedir o dia das eleições.

A UE alertou recentemente para o aumento dos ataques híbridos russos contra a Moldova no período que antecede o referendo e o escrutínio presidencial.

A Moldova solicitou a adesão à UE em março de 2022, um mês após o início da guerra na Ucrânia e depois de acolher centenas de milhares de refugiados. O país recebeu o estatuto de candidato em junho do mesmo ano e Bruxelas abriu as negociações de adesão em dezembro de 2023.

Leia Também: Lisboa terá reunião para debater cooperação UE-África e migração laboral

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