"Estou confiante de que no referendo os cidadãos farão uma escolha forte. Teremos todo o prazer em receber a Moldova quando esta aderir à UE", afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros da Letónia, Baiba Braze, de acordo com a agência noticiosa Moldpres.
Os oito ministros do grupo - Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega e Suécia - reuniram-se hoje com o seu homólogo moldavo, Mihai Popsoi, em Chisinau.
"A adesão da Letónia à UE reforçou a nossa soberania", acrescentou Braze, referindo que os salários e as pensões aumentaram seis vezes desde então.
Outros membros da delegação escandinava sublinharam que o referendo de 20 de outubro é "histórico" e mostraram-se confiantes de que a afluência às urnas será "maciça".
Popsoi sublinhou que a Moldova tenciona avançar na "via europeia", apesar da "interferência russa que procura desestabilizar o processo democrático e minar a confiança nas instituições" do país.
Popsoi sublinhou ainda que Chisinau continuará a participar nos esforços internacionais de apoio à Ucrânia para contrariar a "agressão russa".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro da vizinha Roménia, Marcel Ciolacu, também se deslocaram à antiga república soviética na semana passada para apoiar a sua aproximação à UE.
O Kremlin (presidência russa) nega qualquer interferência nos assuntos internos da Moldova, nas vésperas do referendo pró-europeu e das eleições em que a atual Presidente, Maia Sandu, vai tentar a reeleição.
"Não interferimos nos assuntos internos dos outros, mas a realidade é a realidade. Há muitos partidos políticos, muitos cidadãos, que querem ter boas relações com a Rússia. Esse direito é-lhes negado", afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa telefónica diária.
Além disso, acrescentou, "os políticos estão privados do direito de dizer que são a favor de boas relações com a Rússia".
Há meses que Sandu acusa Moscovo de tentar desestabilizar a situação na ex-república soviética que faz fronteira com a Ucrânia, a fim de a inclinar para a União Económica Eurasiática (UEE), liderada pela Rússia.
Por esta razão, Chisinau restringiu as visitas de altos funcionários russos e bloqueou a difusão de numerosos canais de televisão, agências noticiosas e páginas na Internet ligados à propaganda russa.
O Ministério Público da Moldova alega que dezenas de milhares de eleitores moldavos foram alegadamente pagos através de contas bancárias russas numa tentativa de impedir o dia das eleições.
A UE alertou recentemente para o aumento dos ataques híbridos russos contra a Moldova no período que antecede o referendo e o escrutínio presidencial.
A Moldova solicitou a adesão à UE em março de 2022, um mês após o início da guerra na Ucrânia e depois de acolher centenas de milhares de refugiados. O país recebeu o estatuto de candidato em junho do mesmo ano e Bruxelas abriu as negociações de adesão em dezembro de 2023.
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