Um juiz do Tribunal Distrital de Anderson, no Texas, EUA, rejeitou os apelos da Defesa para suspender a pena de morte de Robert Roberson e manteve a execução agendada para esta quinta-feira, 17 de outubro, revela o Innocence Project, organização que defende casos de condenação controversa.
Os advogados do recluso tentaram anular a sentença de morte, uma vez que consideram que o homem foi acusado injustamente por ser "estranho" sendo que, mais tarde, em 2018, foi-lhe diagnosticado autismo.
O governador do Texas, Gregg Abbott, recebeu vários pedidos para conceder clemência a Roberson, inclusive do polícia que liderou o caso que levou à condenação, o que poderia o tirar do corredor da morte, mas nem isso sensibilizou o juiz.
"Lesões correspondiam a um quadro de pneumonia"
Entre os que pediam a reversão da pena de morte de Robert está um grupo bipartidário formado por 86 políticos e especialistas do Texas. Em setembro, o grupo enviou uma carta à Comissão de Indultos e Liberdade Condicional do Texas afirmando que "as lesões na criança correspondiam a um quadro de pneumonia e não ao trauma na cabeça". O que não convenceu o tribunal.
Em 2002, Robert Roberson levou a filha, Nikki Curtis, então com 2 anos, ao hospital. Aos médicos, o norte-americano disse que acordou e encontrou a bebé inconsciente e com os lábios azulados. Contou ainda que Nikki tinha caído da cama enquanto dormia.
Os médicos desconfiaram da explicação e suspeitaram sofria da chamada "síndrome do bebê sacudido", ou seja, tinha sido vítima de maus-tratos pelo pai.
Segundo o Innocence Project, que não nega que possa ter ocorrido maus-tratos contra a criança, "novas evidências mostraram que a menina morreu na sequência de complicações relacionadas a uma pneumonia severa que não chegou a ser diagnosticada pelos médicos".
Apesar disso, Robert será executado amanhã, quinta-feira, 17 de outubro, através da injeção letal e entrará para a história como o "primeiro homem executado nos EUA com base no diagnóstico do síndrome de bebé abanado".
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