Pequim organizou manobras em grande escala em meados de outubro, com um número recorde de aviões e navios militares a simular um bloqueio à ilha. O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu às tropas para estarem preparadas para a guerra.
Na segunda-feira, a Administração de Segurança Marítima chinesa em Pingtan, uma cidade na província chinesa de Fujian, anunciou que iam ser disparadas munições reais durante quatro horas a partir das 09h00 (02h00 em Lisboa), numa área de cerca de 150 quilómetros quadrados.
Pingtan é o local da China continental mais próximo de Taiwan. A área para os disparos situa-se a cerca de cem quilómetros da ilha.
A Administração de Segurança Marítima chinesa em Pingtan não especificou quem vai efetuar os disparos nem qual é o objetivo.
Em resposta a estes exercícios, o Ministério da Defesa de Taiwan afirmou estar a acompanhar de perto as "atividades e intenções militares" da China.
Taipé afirmou que os exercícios podem fazer parte das "táticas de Pequim para reforçar a intimidação" no estreito de Taiwan. O primeiro-ministro, Cho Jung-tai, descreveu-os como uma "ameaça que mina a paz e a estabilidade regionais".
No fim de semana, dois navios de guerra, um norte-americano e um canadiano, atravessaram o estreito de Taiwan, com 180 quilómetros de largura, no âmbito das travessias regulares efetuadas por Washington e pelos aliados para reforçar o estatuto de via navegável internacional.
Pequim condenou a passagem, afirmando que perturbou "a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan".
Os exercícios de meados de outubro, denominados Joint Sword-2024B, que envolveram caças, veículos aéreos não tripulados ("drones"), navios de guerra e guardas costeiras, tiveram lugar em zonas a norte, sul e leste de Taiwan.
Na semana passada, Xi Jinping pediu às tropas para que intensificassem os preparativos de guerra, durante uma visita à força de mísseis do exército, noticiou a imprensa oficial.
Taiwan - para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil - é governada de forma autónoma desde 1949, embora a China reivindique a soberania sobre a ilha, que considera uma província sua.
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