"Quero destacar os incidentes violentos profundamente preocupantes que ocorrem em várias assembleias de voto", disse a chefe de Estado numa mensagem divulgada nas redes sociais.
Vídeos, partilhados na internet, revelam situações de confrontos que ocorreram no dia de uma eleição importante para o futuro europeu deste país.
Um vídeo de uma rixa numa assembleia de voto em Tbilisi levou Zourabichvili a pedir ao ministro do Interior que tomasse medidas, ao mesmo tempo que divulgou uma mensagem de preocupação com o ambiente de tensão e com "incidentes violentos profundamente preocupantes (...) em diferentes assembleias de voto".
A associação de jovens advogados, que acompanha estas eleições legislativas, denunciou "violações eleitorais significativas".
O Centro de Análise Estratégica da Geórgia, uma organização não governamental, alertou para o risco de "agitação pós-eleitoral" se "o partido no poder não aceitar os resultados, independentemente do desfecho".
Hoje, este país de 3,7 milhões de habitantes no sul Cáucaso, e que faz fronteira com a Rússia, vai a eleições cujo resultado é considerado decisivo sobre a oportunidade de aderir à União Europeia (UE) ou perante o risco de cair sob a órbita de Moscovo.
Alguns georgianos queixaram-se de intimidação e de serem pressionados a votar no partido no poder, Sonho Georgiano, enquanto a oposição acusou esse partido de levar a cabo uma "guerra híbrida" contra os seus cidadãos.
Um vídeo partilhado nas redes sociais mostra um homem a colocar boletins de voto numa urna num local de voto na cidade de Marneuli, 42 quilómetros a sul de Tbilisi.
O Ministério do Interior da Geórgia disse que lançou uma investigação e a Comissão Eleitoral Central disse que foi aberto um processo criminal e que todos os resultados da assembleia de voto seriam declarados inválidos.
Este clima de incerteza e de agitação à volta das eleições aumenta a tensão sobre umas eleições que a Presidente já classificou como "um momento existencial" para a Geórgia.
As eleições podem também determinar as ambições de integração do país na UE, depois de Bruxelas ter decidido suspender indefinidamente a candidatura de adesão da Geórgia, após o regime governamental georgiano ter aprovado, em junho, a chamada "lei russa", que reprime a liberdade de expressão.
As sondagens mais recentes indicam que uma aliança de partidos da oposição poderá conseguir derrotar o Sonho Georgiano, o partido que está há 10 anos a controlar o regime.
Bruxelas já avisou que o resultado destas eleições pode ser determinante para o retomar do processo de adesão.
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