"O Sonho Georgiano perdeu, o povo georgiano e a Europa ganharam", disse Tina Bokuchava, líder do Movimento Nacional Unido, um dos quatro partidos de uma força de coligação oposicionista.
De acordo com uma sondagem à boca das urnas, esta coligação deverá conseguir 51,9% dos votos, contra 40,9% do Sonho Georgiano, o partido que apoia o Governo.
Contudo, uma outra sondagem, realizada por um canal próximo do Governo, anunciou a vitória do Sonho Georgiano, com 56,1% dos votos, contra 35,2% dos votos da coligação oposicionista.
A Presidente da Geórgia, Salomé Zourabichvili, considerada pró-europeia, já reconheceu a vitória do partido que suporta o Governo.
Também o primeiro-ministro nacionalista húngaro, Viktor Orban, já deu os parabéns ao partido pró-Rússia no poder na Geórgia pela sua "vitória esmagadora" nas eleições legislativas.
"O povo da Geórgia sabe o que é melhor para o seu país e fez com que as suas vozes fossem ouvidas hoje", escreveu, na rede social X, o único líder da União Europeia (UE) que permaneceu próximo de Moscovo.
Hoje, a Geórgia - país de 3,7 milhões de habitantes no sul Cáucaso, e que faz fronteira com a Rússia - foi a eleições cujo resultado é considerado decisivo sobre a oportunidade de aderir à União Europeia (UE) ou perante o risco de cair sob a órbita de Moscovo.
Alguns georgianos queixaram-se de intimidação e de serem pressionados a votar no partido no poder, Sonho Georgiano, enquanto a oposição acusou esse partido de levar a cabo uma "guerra híbrida" contra os cidadãos.
Um vídeo partilhado nas redes sociais mostra um homem a colocar boletins de voto numa urna num local de voto na cidade de Marneuli, 42 quilómetros a sul de Tbilisi.
O Ministério do Interior da Geórgia disse que lançou uma investigação e a Comissão Eleitoral Central adiantou que foi aberto um processo criminal e que todos os resultados da assembleia de voto seriam declarados inválidos.
O clima de incerteza e de agitação à volta das eleições aumenta a tensão sobre umas eleições que a Presidente já classificou como "um momento existencial" para a Geórgia.
As eleições podem também determinar as ambições de integração do país na UE, depois de Bruxelas ter decidido suspender indefinidamente a candidatura de adesão da Geórgia, após o regime governamental georgiano ter aprovado, em junho, a chamada "lei russa", que reprime a liberdade de expressão.
Bruxelas já avisou que o resultado destas eleições pode ser determinante para o retomar do processo de adesão.
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