A Ucrânia "conseguirá o seu direito à existência e o respeito dos outros países" e será um "país vencedor" no fim da guerra contra a Rússia, asseverou a primeira-dama, Olena Zelenska, em entrevista à SIC, conduzida por Nuno Rogeiro.
A afirmação é apoiada pelo seu marido, Volodymyr Zelensky que, este mês, durante a apresentação ao parlamento do seu "plano de vitória", sublinhou que a "Rússia vai perder a guerra contra a Ucrânia".
Olena Zelenska esteve novamente em Portugal, quase dois anos após ter passado por Lisboa para ser oradora da Web Summit, em novembro de 2022. Na quarta-feira, a mulher de Volodymyr Zelensky encontrou-se com os autarcas de Cascais e Lisboa, Carlos Carreiras e Carlos Moedas, respetivamente, e na quinta-feira encontrou-se com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Em entrevista exclusiva à SIC, a primeira-dama da Ucrânia defendeu que o país vai conseguir manter os valores democráticos e declarou que “nunca voltaremos ao totalitarismo”.
Questionada sobre “gastos exorbitantes” em deslocações internacionais referiu que "a primeira batalha pela simpatia ganhou a Ucrânia. Pela liderança do presidente Zelensky. Portanto, é compreensível que a informação da Rússia tenha uma tarefa que é tentar influenciar, para que não haja confiança no presidente, na família", sublinhou, quanto aos ataques da propaganda russa.
Crianças ucranianas "têm de ser cidadãos conscientes depois da vitória"
Atenta e com vontade de agir contra os efeitos da guerra nas crianças ucranianas, Olena Zelenska criou uma fundação de ajuda humanitária, que apoia também as famílias ucranianas.
A primeira-dama referiu que "há vários tipos de pessoas e de crianças também que precisam de apoio urgente, apoio psicológico e psicoterapêutico, pessoas que ficaram traumatizadas com a guerra".
Afirmou, ainda, na entrevista à SIC, que as crianças ucranianas "têm de ser cidadãos conscientes depois da vitória" e assinalou que pretende que a próxima geração seja de vencedores e não de sobreviventes.
Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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