Trump? "É menos previsível até que ponto vai manter palavras da campanha"
Em causa estão as promessas feitas por Trump ao longo da campanha eleitoral.
© Sefa Karacan/Anadolu via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, é menos previsível do que Joe Biden no que diz respeito ao cumprimento das suas declarações de campanha, mas congratulou-se com o facto de o republicano se ter pronunciado a favor do diálogo para resolver o conflito na Ucrânia.
Em declarações à televisão russa, Dmitry Peskov considerou que Trump deu "sinais positivos" relativamente à sua posição no conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia.
"Os sinais são positivos. Trump, durante a sua campanha eleitoral, disse que vê tudo isto [o conflito na Ucrânia] através de acordos. E que pode obter um acordo que leve à paz", disse o representante do Kremlin.
Segundo Peskov, "pelo menos ele fala de paz, não fala de confrontação, não expressa o desejo de infligir uma derrota estratégica à Rússia, o que o distingue favoravelmente da atual administração dos EUA".
Ainda assim, considera que "é difícil dizer o que vai acontecer mais à frente".
"Uma coisa é apostar na previsibilidade ao nível de Kamala Harris e Joe Biden, onde tudo é bastante previsível, o que vão fazer até deixarem a Casa Branca. Nesse sentido, o Sr. Trump é menos previsível, e também é menos previsível até que ponto ele vai manter as declarações feitas na campanha", sustentou Dmitri Peskov.
"[Vamos] esperar e se ver o que acontece, enquanto tratamos dos nossos assuntos", acrescentou.
Recorde-se que Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, tem reiterado o objetivo de acabar com a guerra na Ucrânia em "24 horas". No entanto, o republicano nunca concretizou qual a sua ideia e criticou a dimensão da ajuda dada a Kyiv para resistir à invasão russa, elogiando ainda Vladimir Putin.
Na quinta-feira, o presidente russo felicitou Trump pela sua vitória nas eleições presidenciais e disse estar "impressionado" com a sua reação "corajosa" ao ataque de que foi alvo durante a campanha eleitoral.
Quanto à política de Trump após a sua tomada de posse como presidente, a 20 de janeiro, garantiu que "não faz ideia", embora se tenha mostrado otimista face às declarações que fez durante a campanha.
Recentemente, um conselheiro sénior de Donald Trump deixou um claro aviso ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky: a nova administração dos EUA vai concentrar-se em alcançar a paz na Ucrânia, em vez de recuperar o território ocupado pela Rússia, afirmando que "a Crimeia foi-se".
À BBC, Bryan Lanza, estratega de longa data do Partido Republicano, disse que a administração Trump vai pedir ao chefe de Estado ucraniano uma "visão realista para a paz". "E se o presidente Zelensky vier à mesa e disser que só podemos ter paz se tivermos a Crimeia, ele mostra-nos que não está a falar a sério", disse.
"A Crimeia foi-se", atirou, em referência à península anexada pela Rússia em 2014.
[Notícia atualizada às 13h09]
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