O navio que atracou durante a noite de sábado em Lisboa, e zarpou na manhã deste domingo em direção a Marrocos, deixou algumas questões em Portugal, nomeadamente, ao Partido Comunista Português (PCP), que já questionou o Ministério das Infraestruturas e o dos Negócios Estrangeiros sobre o esclarecimento dado ontem pelo Governo.
Recorde-se que, no sábado, o Executivo disse que o porta-voz do navio garantia que não seguiam armas na embarcação (que pudessem, eventualmente, ser usadas no conflito do Médio Oriente).
"O comunicado por parte do Governo não esclarece tudo. Faz um detalhe grande sobre o conjunto de mercadorias descarregadas em Lisboa, mas relativamente a um navio que já tem histórico de envolvimento e transporte de armas e munições para Israel, o Governo português deveria ter sido mais cauteloso", considerou a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, em declarações à RTP3.
A comunista defendeu ainda que com a descarga feita em Portugal, existe libertação "de espaço para este navio poder ter outro tipo de carga", e apontou: "O Governo não tem qualquer garantia que esta acostagem a Lisboa não tenha sido para facilitar carregamento com armamento para Israel".
O Governo recusou hoje, com base no manifesto de carga, haver justificação para negar a entrada no porto de Lisboa a um navio que alegadamente está envolvido num "esquema ilegal de abastecimento de armas" a Israel.
Lusa | 18:00 - 09/11/2024
Paula Santos sublinhou ainda que Espanha não permitiu a acostagem deste navio, e que por isso este seguiu até Portugal, que deu 'luz verde'. "O Governo de Espanha impediu esta acostagem. Governo português não procurou saber junto do de Espanha o porquê? Não procurou também o esclarecimento sobre a rota deste navio?", questionou, reforçando que estas são algumas das questões que se precisa esclarecer.
Confrontada sobre se o "histórico" da embarcação tinha base legal para que o Executivo tivesse avançado com uma proibição, Paula Santos usou o exemplo ao lado: "Em Espanha foi impedido".
Um navio porta-contentores Maersk foi impedido de entrar no porto espanhol de Algeciras, disse hoje o armador dinamarquês, refutando a presença de armas israelitas na sua carga.
Lusa | 17:23 - 09/11/2024
A polémica diz respeito à carga que a embarcação poderia levar, nomeadamente, armas até Israel. O Bloco de Esquerda questionou o Executivo sobre o assunto, que pediu esclarecimentos aos responsáveis pelo navio.
Foi garantido ao Executivo que não havia armas transportadas pela embarcação, mas o navio segue agora para Marrocos, com rumo a Israel.
A atracagem do mesmo navio foi negada por Espanha, algo que foi 'exemplo' para o Bloco de Esquerda, que ontem apontou que esta embarcação tinha "cadastro" e que Portugal deveria ter tomado a mesma posição que Madrid.
Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, começou por dizer que ainda não tinha falado com o Governo sobre o assunto, no sábado à noite, e que por isso não se iria pronunciar, mas este domingo revelou que já estava "mais descansado" sobre o tema dadas as informações já dadas pelo Executivo.
Houve também dezenas de manifestantes ontem junto à doca onde o navio estava, que apontaram que o Executivo "foi enganado ou quis enganar".
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