As discussões vão concentrar-se na "prevenção do regresso à guerra, na retirada militar israelita" da Faixa de Gaza e nos critérios para as trocas entre os últimos reféns israelitas e os prisioneiros palestinianos, disse uma das fontes do Hamas.
"Estamos a aguardar os mediadores para lançar a segunda fase", segundo o outro dirigente citado pela AFP.
Israel expressou no sábado que as negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo, que visa libertar os últimos reféns e pôr um fim definitivo à guerra, seriam retomadas hoje nos Estados Unidos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, chegou a Washington no domingo e será o primeiro líder estrangeiro recebido pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, desde que tomou posse em 20 de janeiro.
No domingo, o líder da Casa Branca transmitiu que as discussões sobre o Médio Oriente com Israel e vários outros países estavam a progredir.
Negociado durante meses, o acordo entrou em vigor em 19 de janeiro, dia em que os combates cessaram no território palestiniano, e inclui três fases.
A primeira fase dura seis semanas e deverá permitir a libertação de 33 reféns em troca de mais de 1.900 palestinianos detidos por Israel e o reforço da ajuda humanitária ao território.
A segunda fase tem como objetivo a libertação dos últimos reféns e o fim definitivo das hostilidades.
Uma terceira fase, ainda incerta, deverá definir os termos da reconstrução da Faixa de Gaza e da sua governação no futuro.
Os Estados Unidos, o Qatar e o Egito estão envolvidos há meses na qualidade de mediadores a tentar que os dois beligerantes cheguem a um acordo após mais de 15 meses de guerra.
O Hamas inicialmente pretendia obter um entendimento sobre os termos precisos de cada fase, antes de ser encontrado um compromisso entre as partes para que as discussões sobre a segunda fase continuassem durante a primeira.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, e a destruição da maioria das infraestruturas do enclave, segundo as autoridades locais, controladas pelo Hamas desde 2007.
Leia Também: Comunidade internacional "conta com" Trump para paz no Médio Oriente