Trump: Não há "qualquer garantia" de que cessar-fogo em Gaza se mantenha

O Presidente norte-americano, Donald Trump, declarou hoje que não há "qualquer garantia" de que o cessar-fogo na Faixa de Gaza se mantenha, na véspera de uma reunião na Casa Branca com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

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© Chip Somodevilla/Getty Images

Lusa
03/02/2025 19:23 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Donald Trump

"Não tenho qualquer garantia de que a paz se mantenha", afirmou Trump.

 

Ao lado do chefe de Estado, o seu enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff, acrescentou: "Até agora, tem-se mantido e temos certamente a esperança (...) de retirar os reféns, salvar vidas e, esperemos, conseguir uma solução pacífica para tudo isto".

Entretanto, o primeiro-ministro israelita prolongou a sua viagem a Washington D.C. até sábado, altura em que se reunirá não só com Trump mas também com outros altos responsáveis norte-americanos.

O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza entrou em vigor a 19 de janeiro - dia em que cessaram os combates no enclave palestiniano -, após mais de 15 meses de guerra e muitos meses de negociações mediadas pelos Estados Unidos, o Egito e o Qatar.

Na primeira fase, com uma duração de seis semanas, está prevista a libertação de 33 reféns em troca de mais de 1.900 palestinianos detidos por Israel e a entrada de 600 camiões diários de ajuda humanitária no território.

A segunda fase, a ser negociada enquanto a primeira decorre, tem como objetivo a libertação dos últimos reféns e o fim definitivo das hostilidades.

Uma terceira fase, ainda incerta, deverá definir os termos da reconstrução da Faixa de Gaza e da sua governação no futuro, tentando os mediadores que as partes em conflito alcancem um acordo definitivo.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 36 dos quais entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.

A guerra fez, até 19 de janeiro, na Faixa de Gaza mais de 47.000 mortos (cerca de 2% da população), entre os quais quase 18.000 crianças, e quase 111.000 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças e infeções, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Ao longo de mais de um ano de guerra, cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.

A ONU declarou o sobrepovoado e pobre enclave palestiniano mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica", a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

No final de 2024, uma comissão especial da ONU acusou Israel de genocídio na Faixa de Gaza e de estar a utilizar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita, mas sem apresentar quaisquer argumentos.

[Notícia atualizada às 20h21]

Leia Também: Hamas "pronto" para negociações da segunda fase do acordo com Israel

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