Ministro das Relações Exteriores chinês presidirá reunião do Conselho da ONU

A China, que preside este mês ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, organizará uma reunião de nível ministerial visando "reformar e melhorar a cooperação global", encontro que contará com a presença do ministro das Relações Exteriores chinês.

Notícia

© Reuters

Lusa
03/02/2025 20:33 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

ONU

O representante permanente da China junto às Nações Unidas (ONU), Fu Cong, apresentou hoje à imprensa a sua agenda para fevereiro, tendo indicado que o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, presidirá, em 18 de fevereiro, um debate aberto sob o tema "Praticar o multilateralismo, reformar e melhorar a governação global".

 

O convite para participar no debate foi feito a ministros dos Negócios Estrangeiros ou altos funcionários de outros países, incluindo a Estados que não integram o Conselho de Segurança da ONU, disse Wang Yi.

De acordo com o diplomata chinês, esta será uma "boa oportunidade" para o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, se encontrar com o homólogo chinês, caso aceite o convite para se deslocar a Nova Iorque para participar na reunião do Conselho de Segurança.

"Ao assinalarmos este ano o 80.º aniversário da fundação da ONU e à medida que o mundo entra num período muito turbulento, este debate aberto visa encorajar os países a revisitarem as aspirações originais da ONU, reafirmarem o seu compromisso com o multilateralismo e a importância do papel das Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança, e explorar formas de reformar e melhorar a governação global", explicou o representante de Pequim.

"O objetivo é construir um sistema de governação global mais justo e equitativo, que aborde o défice de governação global e garanta que os seus benefícios são partilhados por todos", acrescentou.

De acordo com Fu Cong, a solidariedade e a cooperação estão a ser substituídas pela divisão e pelo confronto, admitindo que, "muitas vezes o Conselho não conseguiu fazer nada perante grandes crises de segurança".

Questionado sobre se a deterioração das relações entre Pequim e Washington poderão afetar o trabalho do Conselho de Segurança -- órgão do qual os Estados Unidos e China são membros permanentes -, o diplomata chinês afirmou que espera poder cooperar com a sua homóloga norte-americana, Elise Stefanik, apesar dos "preconceitos e ideias erradas" que tem expressado publicamente sobre Pequim.

"No geral, acredito que a China e os EUA (...) têm muito em comum e podemos cooperar nisso. Por exemplo, dentro da estrutura da ONU existem questões globais que exigem esforços conjuntos de toda a comunidade internacional e, em particular, de países como a China e os Estados Unidos, como o combate ao terrorismo, às drogas ou à não-proliferação. E também, na minha opinião, a questão das alterações climáticas deve ser uma questão em que os dois países podem cooperar entre si", salientou.

"Espero que, apesar de toda a retórica que ouvimos dos políticos americanos, possamos adotar uma abordagem construtiva e, sublinho, profissional no nosso trabalho aqui na ONU", frisou.

Durante a presidência chinesa do Conselho de Segurança, a situação no Médio Oriente continuará em foco, estando já agendados 'briefings' sobre a questão palestiniana, mas também sobre a Síria e o Iémen.

"Em relação a Gaza, há agora um cessar-fogo, mas a situação continua frágil. O Conselho necessita de acompanhar de perto os acontecimentos e tomar medidas, se necessário, para garantir que o acordo de cessar-fogo é implementado de forma plena e eficaz, e que o acesso humanitário se mantém aberto e desimpedido", explicou Fu Cong.

"É evidente que a situação na Cisjordânia também merece a nossa atenção. Ainda ontem [domingo], ouvimos relatos de ataques militares das Forças de Defesa de Israel contra blocos residenciais nos campos de Jenin e Tulkarem", disse.

Nesse sentido, o embaixador chinês reuniu-se na manhã de hoje com o representante da missão palestiniana junto à ONU, Riyad Mansour, que por sua vez pediu ao Conselho de Segurança que adote medidas rápidas para pôr fim à situação e convoque uma reunião para abordar esses ataques.

A situação em África será outra prioridade para a presidência chinesa, com várias reuniões agendadas sobre as missões da ONU no Sudão do Sul, na Líbia e na República Centro-Africana, assim como sobre a situação no Sudão e na República Democrática do Congo (RDCongo), onde o cenário se tem deteriorado nas últimas semanas.

Sobre a situação na RDCongo, Fu Cong afirmou, sem fornecer detalhes, que "um membro do Conselho de Segurança" apresentou a ideia para a redação de um projeto de resolução sobre este conflito, frisando que a situação no terreno "merece uma resposta muito rápida e robusta por parte do Conselho de Segurança".

Além disso, este mês o Conselho irá discutir o relatório semestral do secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre a ameaça representada pelo Estado Islâmico no Iraque e no Levante.

Leia Também: Gémeas? Marcelo não se pronuncia (e resposta oficial já está na CPI)

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas