Segundo o exército israelita, o veículo "estava a ser monitorizado pelas forças militares e a suspeita surgiu devido a um movimento invulgar" quando cruzava a linha entre os territórios no domingo à noite.
"O comboio foi parado para realizar uma verificação de segurança no posto de controlo da rota humanitária entre o norte e o sul. As Forças Armadas de Israel localizaram uma bolsa contendo munições para armas de fogo", explicou o exército, em comunicado hoje divulgado.
Após a descoberta, os envolvidos foram detidos e transferidos para um centro da Unidade 504, especializado em interrogatórios.
O comunicado militar sublinha que o camião fazia parte de um comboio interno que transportava mercadorias entre o norte e o sul da Faixa de Gaza e que não passou por nenhuma das passagens habilitadas para a entrada de ajuda humanitária.
A ONU, as agências humanitárias associadas e os Estados Unidos, principal aliado de Israel, avisaram hoje Telavive que a ajuda que está a chegar a Gaza é insuficiente para satisfazer as necessidades de uma população desesperada.
Em outubro, apenas 990 camiões de ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza, o número mais baixo em 2024, segundo a ONU. Washington exige um mínimo de 350 camiões por dia.
Entre as razões apontadas pelos responsáveis de organizações no terreno, contam-se o longo e complicado processo para obter autorizações de Israel, a falta de segurança dentro de Gaza e o facto de as autoridades israelitas não fornecerem uma lista oficial de artigos permitidos, pelo que a única forma de saber o que pode entrar é tentar
Israel argumenta que não há limite para a quantidade de ajuda que pode entrar em Gaza e acusa a ONU e as agências humanitárias de não terem recursos suficientes para distribuir o material.
Mas, contando apenas os camiões que entram (que não são necessariamente distribuídos), os números estão muito abaixo dos 500 diários que entravam antes da guerra, o que, mesmo assim, era insuficiente para satisfazer as necessidades dos habitantes de Gaza.
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