Desde fevereiro de 2022, data da invasão russa da Ucrânia, 300 mil pessoas foram registadas como deficientes no país, referiu em comunicado a MSF, apontando casos de pessoas feridas por explosões e estilhaços, que tiveram membros amputados e precisam de cuidados especializados.
O aumento da procura dos serviços de reabilitação adicionou uma pressão acrescida no sistema de saúde do país. Em resposta, a MSF lançou um projeto de reabilitação precoce no hospital de Cherkasy, no centro da Ucrânia, em março de 2023.
Esse projeto inclui fisioterapia, apoio psicológico e cuidados de enfermagem para responder às necessidades dos feridos de guerra no processo de recuperação.
A organização internacional médica-humanitária partilhou a história de Ihor, de 27 anos, que está a receber tratamento médico há mais de um mês depois de ter sofrido vários ferimentos em bombardeamentos na região de Sumy.
"À noite, a dor é insuportável. Já gritei de dor e até pedi para amputarem o meu braço", disse.
A Médicos Sem Fronteiras realça que muitos dos ferimentos tratados no hospital de Cherkasy, estão relacionados com explosões e o número de doentes com amputações de membros está a crescer.
"Os pacientes chegam com ferimentos graves nas pernas por terem pisado minas terrestres ou com ferimentos de estilhaços", afirmou a responsável pela fisioterapia da MSF, Blanche Daillet.
A MSF sublinha que a "reabilitação precoce visa melhorar a qualidade de vida dos doentes, estabilizar o seu estado emocional, reduzir a dor e prevenir as complicações a longo prazo frequentemente associadas a lesões graves, incluindo os riscos de infeção e atrofia muscular".
A organização afirma que está a trabalhar em estreita colaboração com o Ministério da Saúde ucraniano e com outros parceiros para se expandir a mais regiões, com o objetivo de diminuir o impacto dos ferimentos de guerra.
A guerra já dura há quase 1000 dias, depois de a Rússia ter atacado e invadido o território ucraniano.
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