O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversaram, esta sexta-feira, ao telefone pela primeira vez desde dezembro de 2022.
"Falei com o presidente Putin ao telefone e exortei-o a pôr termo à guerra de agressão russa contra a Ucrânia e a retirar as suas tropas", afirmou Scholz numa publicação na rede social X.
O responsável adiantou ainda que "a Rússia deve mostrar-se disposta a negociar com a Ucrânia - com o objetivo de alcançar uma paz justa e duradoura".
I spoke to President Putin on the phone and called on him to end the Russian war of aggression against Ukraine and to withdraw his troops. Russia must show willingness to negotiate with Ukraine - with the aim of achieving a just and lasting peace. pic.twitter.com/zsfdgfeOfN
— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) November 15, 2024
Também o Kremlin confirmou que Scholz e Putin conversaram "por iniciativa da parte alemã", na qual foi "efetuada uma troca de pontos de vista detalhada e franca sobre a situação na Ucrânia.
"Vladimir Putin recordou que a crise atual é o resultado direto da política agressiva de longa data da NATO, que visa criar uma cabeça de ponte antirrussa em território ucraniano, ignorando os interesses do nosso país no domínio da segurança e espezinhando os direitos dos residentes de língua russa", lê-se num comunicado citado pela Sky News.
Durante a conversa, "o presidente russo salientou que a parte russa nunca recusou e continua aberta a retomar as negociações que foram interrompidas pelo regime de Kyiv".
Esta conversa telefónica de uma hora foi o primeiro diálogo entre os dois líderes desde dezembro de 2022, e o Kremlin (sede da Presidência russa) ainda não o comentou.
Putin não fala com a maioria dos líderes ocidentais desde 2022, quando a UE e os Estados Unidos impuseram sanções maciças à Rússia após a invasão da Ucrânia, em fevereiro desse ano.
Muitos dirigentes ocidentais, como os chefes de Estado norte-americano, Joe Biden, e francês, Emmanuel Macron, entre outros, recusam-se a falar com o Presidente russo - com a notável exceção do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
No início de novembro, Vladimir Putin lamentou que os líderes ocidentais tivessem "parado" de lhe telefonar.
"Se algum deles quiser retomar os contactos, sempre o disse e quero repetir: não temos nada contra isso", afirmou Putin no Fórum político de Valdaï, na Rússia.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, a Alemanha tem sido o segundo maior fornecedor de armas a Kyiv, a seguir aos Estados Unidos.
Esta conversa ocorre num momento muito difícil para a Ucrânia, que se prepara para viver o seu terceiro inverno sob fogo da Rússia, com grande parte das suas infraestruturas energéticas danificadas ou totalmente destruídas.
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